ATA DA OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-10-2005.

 


Aos cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, os Pedidos de Informações nos 254 e 255/05 (Processos nos 5893 e 5894/05, respectivamente); pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providências nº 2315/05 (Processo nº 5805/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/05 (Processo nº 4000/05); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 2316/05 (Processo nº 5806/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 2320, 2321, 2322, 2323, 2325 e 2328/05 (Processos nos 5823, 5825, 5827, 5828, 5839 e 5842/05, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 273/05 (Processo nº 5777/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedido de Providências nos 2312, 2313 e 2314/05 (Processos nos 5801, 5802 e 5803/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 274/05 (Processo nº 5785/05); pela Vereadora Manuela d'Ávila, o Pedido de Providências nº 2278/05 (Processo nº 5723/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providências nos 2307 e 2308/05 (Processos nos 5773 e 5775/05, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de Providências nos 2309, 2310, 2311, 2324 e 2344/05 (Processos nos 5797, 5798, 5800, 5838 e 5900/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, o Pedido de Providências nº 2353/05 (Processo nº 5913/05), os Pedidos de Informações nos 249 e 252/05 (Processos nos 5835 e 5878/05, respectivamente) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 265, 267 e 276/05 (Processos nos 5638, 5680 e 5796/05); pelo Vereador Professor Garcia, o Pedido de Providências nº 2332/05 (Processo nº 5854/05), o Pedido de Informações nº 243/05 (Processo nº 5770/05) e, juntamente com a Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Resolução nº 136/05 (Processo nº 5754/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informações nº 253/05 (Processo nº 5892/05). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no Evento “Porque é Necessário o Planejamento Familiar?”, a ser realizado em Porto Alegre, nos dias dezenove e vinte de outubro do corrente. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício no 10629126/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, foi apregoado Memorando s/nº, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS, informando que o Vereador Paulo Odone é o Vice-Líder do PPS. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Todeschini, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 183/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Ervino Besson e Adeli Sell, os Projetos de Lei do Executivo nos 013 e 019/05, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 256/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia e Ervino Besson; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 261/05, discutido pelo Vereador Professor Garcia, os Projetos de Resolução nos 131, 127 e 128/05, os dois últimos discutidos pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/05, discutido pelos Vereadores Professor Garcia e Adeli Sell; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 227 e 259/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 130/05. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, subscrito nos termos do artigo 120, inciso VI, do Regimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 04, 107, 108 e 113 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05 (Processo nº 5071/05). Também, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores João Portella e João Bosco Vaz, respectivamente Secretário de Programação e Orçamento e Secretário de Esporte e Lazer, e do Senhor Paulo Maciel, filho do Senhor Rubens Mario Garcia Maciel, homenageado por este Legislativo com a denominação da Sala da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a ser inaugurada no dia primeiro de novembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo debateu a decisão do Tribunal de Contas do Estado, a qual condenou o Senhor Darci Campani, ex-Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana a devolver verbas ao Município, em função de irregularidades em contratos emergenciais com empresa responsável pelo gerenciamento de resíduos sólidos na Cidade no ano de dois mil e um, analisando o envolvimento do Executivo Municipal nessa condenação. O Vereador Carlos Todeschini contraditou o discurso em Comunicação de Líder, realizado pelo Vereador Sebastião Melo, explicando que as contas da campanha do candidato Tarso Genro à Prefeitura Municipal foram julgadas boas e regulares pela Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul. Ainda, repudiou insinuações que considerou levianas, feitas contra integrantes do Partido dos Trabalhadores, justificando que ninguém pode ser condenado antecipadamente. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se a respeito do pronunciamento anterior realizado pelo Vereador Carlos Todeschini, tendo o Vereador Carlos Comassetto questionado a regimentalidade dessa intervenção. Ainda, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando fosse anexado aos Anais da Casa cópia da decisão proferida pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, relativamente à condenação do Senhor Darci Campani em irregularidades nos contratos para recolhimento do lixo durante sua gestão como Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do indeferimento do Requerimento verbal de autoria do Vereador Sebastião Melo, acima mencionado.  Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib lembrou já ter questionado o Senhor Darci Campani, ex-Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, em relação a ações administrativas, licitações e contratos desse Órgão Público, mencionando a compra de incinerador de lixo não-justificada à época. Também, contestou a origem de verbas da campanha eleitoral do Senhor Darci Campani para o cargo de Vereador, no ano de dois mil. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Sebastião Melo, que contestou críticas hoje formuladas a Sua Excelência pelo Vereador Carlos Todeschini, durante pronunciamento em Comunicação de Líder. Também, procedeu à leitura de trechos do voto proferido pelo Conselheiro Porfírio Peixoto, do Tribunal de Contas do Estado, em Processo movido pelo Ministério Público, referente a contratos emergenciais firmados pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU – com a Empresa Coletora de Resíduos Industriais – CORES, durante ano de dois mil e um. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell, Maria Celeste, Ibsen Pinheiro e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou informações acerca da concessão de Tempo Especial ao Vereador Sebastião Melo, com base no artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento. Após, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando parecer da Procuradoria da Casa quanto à legalidade da concessão de Tempo Especial ao Vereador Sebastião Melo, com base no artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento, tendo o Senhor Presidente determinado que esse Requerimento fosse formalizado por escrito e tendo se manifestado a respeito os Vereadores João Antonio Dib e Ibsen Pinheiro. Ainda, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando Tempo Especial para pronunciamento, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz criticou a política econômica seguida pelo Governo Federal, afirmando que as instituições financeiras privilegiam grandes investidores em detrimento da maioria da população. Quanto ao tema, comentou artigo publicado ontem pelo Jornal do Comércio, de autoria do Senhor Marco Antonio Birnfeld, acerca da manifestação favorável do Poder Judiciário à aplicação de juros compostos em empréstimos concedidos pela rede bancária. O Vereador Márcio Bins Ely divulgou a posição da Direção Executiva Estadual do PDT, contrária ao artigo 35 da Lei Federal nº 10.826/03, que proíbe a comercialização de armas de fogo e munição no País. Nesse sentido, frisou que o desarmamento representa a retirada do direito de defesa do cidadão, defendendo um amplo debate do assunto, a fim de que o referendo programado para o dia vinte e três de outubro do corrente traduza de forma efetiva a vontade do povo brasileiro. O Vereador Maurício Dziedricki elogiou o trabalho desenvolvido na Cidade pela Fundação de Assistência Social e Cidadania, registrando a posse, ontem, do Conselho Municipal do Idoso e relatando a participação de Sua Excelência em eventos da XXI Semana do Idoso de Porto Alegre, realizada no mês de setembro do corrente. Também, apoiou a organização, pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, de Audiência Pública acerca do referendo sobre o desarmamento. O Vereador Raul Carrion registrou o aniversário, hoje, da promulgação da Constituição Federal, destacando os direitos sociais atingidos a partir dessa Lei. Também, comemorou a retomada de deliberações na Câmara dos Deputados, elogiando a idéia de se discutir o Projeto de Reforma Política. Finalizando, apoiou a condenação judicial do Senhor Sérgio Amaral e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, de devolverem à União recursos usados de forma indevida. A Vereadora Clênia Maranhão informou sua presença no Encontro Estadual de Conselheiros Tutelares e anunciou que o Governo Municipal está parcelando a cobrança de impostos atrasados, realçando a importância dessa iniciativa para a recuperação fiscal da Prefeitura. Ainda, registrou a posse dos novos integrantes do Conselho dos Idosos e elogiou o Projeto Cinema no Bairro, enfatizando a relevância da disponibilização de opções culturais descentralizadas para a população da Cidade. A Vereadora Maristela Maffei noticiou as atividades que vêm sendo desenvolvidas pela Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, mencionando cobranças realizadas junto à Fundação de Assistência Social e Cidadania em relação a valores gastos com contrato de aluguel firmado com o Círculo Operário de Porto Alegre. Além disso, cobrou a regularização do espaço destinado à Bancada do PSB neste Palácio, alegando que essa sala está ocupada por outro segmento político. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e, em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Alcenir Dalmagro, Prefeito Municipal de Gentil – RS. Após, o Vereador Paulo Odone e a Vereadora Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do processo de discussão e votação do Projeto de Lei do Executivo nº 011/05. Também, o Vereador Sebastião Melo informou que se ausentaria da presente Sessão para comparecer ao velório do Senhor Luiz Fattini, ex-Diretor Administrativo da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul – FPERGS, falecido na tarde de hoje, tendo o Senhor Presidente comunicado que Sua Excelência representaria este Legislativo naquele ato. A seguir, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Luiz Fattini. Na oportunidade, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05 (Processo nº 5071/05): de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, com referência à Emenda nº 113; de autoria do Vereador Sebastião Melo, com referência à Emenda nº 123; de autoria do Vereador Mario Fraga, com referência às Emendas nos 28 e 29; de autoria do Vereador Professor Garcia, com referência à Emenda nº 01; de autoria do Vereador Ervino Besson, com referência às Emendas nos 08, 18, 19, 20 e 21; de autoria do Vereador Raul Carrion, com referência às Emendas nos 82, 83 e 84; de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, com referência às Emendas nos 65, 66, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74 e 75; de autoria do Vereador Carlos Todeschini, com referência às Emendas nos 26, 38, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 63, 64, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 109, 114, 115, 116, 117, 118 e 119; de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com referência às Emendas nos 33, 35 e 36; de autoria do Vereador Nereu D’Avila, com referência à Emenda nº 32. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Paulo Odone, solicitando que as Emendas nos 05, 06, 07, 61 e 67, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, fossem votadas conjuntamente. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, a Mensagem Retificativa e as Emendas nos 02, 03, 09, 34, 37, 39, 40, 41, 48, 49, 76, 77, 78, 80, 89, 90, 91, 92, 93, 111, 112, 113, 122, 124, 125, 126 e 15, esta com sua Subemenda nº 01, as quais obtiveram Parecer favorável da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, com ressalva dos destaques a ele apostos, após serem discutidos pelos Vereadores Sofia Cavedon, Raul Carrion, Aldacir Oliboni, Maristela Maffei, Adeli Sell, Maria Celeste, Professor Garcia, Carlos Comassetto, Ervino Besson, Gerson Almeida, Mario Fraga e Paulo Odone. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, o Vereador Carlos Todeschini cedeu seu tempo de discussão à Vereadora Sofia Cavedon. Na ocasião, o Vereador Paulo Odone formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Ainda, o Vereador Raul Carrion registrou o adiamento da audiência de instrução e julgamento do Pedido de Reintegração de Posse do Loteamento Vitória da Conquista, ocupado por cerca de setecentas famílias. A seguir, foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 05, 06, 07, 61 e 67, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, após serem encaminhadas à votação pelo Vereador Carlos Comassetto. Na oportunidade, o Senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, em face da aprovação da Emenda nº 06. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 107, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, por onze votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Carlos Todeschini e pelas Vereadoras Clênia Maranhão e Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Gerson Almeida, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Professor Garcia. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 108, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, por onze votos SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Adeli Sell e Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Gerson Almeida, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 110, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, por nove votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Luiz Braz e Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Gerson Almeida, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Professor Garcia. Em continuidade, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Nereu D'Avila e Ervino Besson, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Recebemos Memorando de autoria da Verª Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS na Câmara, comunicando que a Vice-Liderança da Bancada do PPS será exercida pelo Ver. Paulo Odone.

A Verª Margarete Moraes solicita Licença para Tratamento de Saúde nesta data, dia 5 de outubro de 2005.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requrimento de Licença da Verª Margarete Moraes e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 3740/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que determina a utilização de semáforos com temporizador de contagem regressiva no sistema de controle de trânsito de veículos no Município, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 183/05, ambos de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro. Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

PROC. N. 5185/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 013/05, que autoriza a desafetação e a alienação de próprio municipal, localizado na Rua Vicente da Fontoura, n. 2772 – fundos, ao lindeiro.

 

PROC. N. 5308/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 256/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana de Educação Física, no período que compreende o dia 1º de setembro, autoriza a Câmara Municipal de Porto Alegre a oportunizar parceria com o Executivo Municipal e entidades públicas e privadas para realização do evento. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 5614/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 019/05, que declara de utilidade pública a entidade “Associação Gaúcha de Equoterapia – AGE/RS”.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5555/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 261/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que inclui no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a Festa de São João Batista, realizada pela Paróquia São João Batista de Porto Alegre, anualmente, no sábado mais próximo ao dia 24 de junho.

 

PROC. N. 5538/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 127/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Judoca João Derly.

 

PROC. N. 5541/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 128/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Antonio Carlos Pereira (Kiko).

 

PROC. N. 5580/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 131/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o troféu de Honra ao Mérito ao Senhor Denis Escudero.

 

PROC. N. 5615/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 07/05, que institui o Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte – PROESPORTE, altera e revoga dispositivos da Lei Complementar n. 07, de 7 de dezembro de 1973, alterada pela Lei Complementar n. 501, de 30 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 4804/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 227/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que denomina Rua Zanela um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 5539/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 259/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui a Semana do Servidor Público Municipal a ocorrer, anualmente, no mês de outubro, na semana que abranger o dia 28, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 5586/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/05, que altera dispositivos da Lei Complementar n. 197, de 21 de março de 1989 e dá outras providências. (transmissão de imóveis) Com Emendas de nos. 01 a 06.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. N. 5558/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 130/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao inciso III do art. 216 a expressão ou pilcha gaúcha, após a expressão traje passeio completo.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, em primeiro lugar, fazer uma afirmação: eu não tenho o direito de ser incoerente e não conheço ninguém que tenha esse direito. O que eu afirmei ontem, se não houver razões especialíssimas, afirmarei hoje, amanhã e sempre.

Hoje, há 13 Projetos para serem transformados em leis ou resoluções. Eu sempre digo que lei deve ser clara, precisa e concisa, para que seja respeitada, e nós não precisamos de tantas leis.

Nesta semana, eu assisti a um debate, no Canal 16, sobre transporte coletivo urbano. Sei que parece que há mais uma lei aí, há dezenas de leis sobre transporte coletivo urbano. Há a Lei nº 6.836, de 1991, que determina que, 48 horas após a publicação da fixação da tarifa, os estudos tarifários devem chegar a esta Casa.

Bem, 48 horas depois, pedi à Liderança do Governo, mas essa não me deu, não sei se chegaram à Casa. Anteontem, pedi ao Presidente da CUTHAB, ele não soube me informar, ele não é obrigado a saber, a me informar uma coisa que aconteceu há meses. Por que estou dizendo isso? É que nós estamos preocupados permanentemente em fazer novas leis. São quatro os Projetos de hoje em 1ª Sessão; têm Projetos em 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Sessão. A Verª Neuza Canabarro pretende um Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 183/05 - confesso que não o conheço, não o vejo, deveria estar junto aqui com o material que nos foi entregue -, em uma Exposição de Motivos muito simples, determinando a utilização de semáforos com temporizador de contagem regressiva no sistema de controle de trânsito de veículos no Município. Pode ser uma boa medida, eu não diria que não. Mas o trânsito tem de ser estudado como um todo, ele tem de ser alterado, modificado, mas ele tem de ser planejado. E esta Casa, a Casa do Povo de Porto Alegre, deve ao povo de Porto Alegre o fato de não ter aprovado, em 1977, quando eu fui Secretário de Transportes, que o Município recebesse recursos para que esta Cidade pudesse ser sinalizada da forma mais conveniente, com televisão, com uma série de equipamentos que poderiam ser implantados a custo zero para o Município. Cem milhões de cruzeiros, à época, estavam sendo ofertados ao Município. É claro que precisava ter um projeto definitivo para implantar, e este projeto, como era o tempo da ditadura, tinha de ser aprovado pela Câmara Municipal, e a douta Câmara Municipal achou que poderiam usar as televisões para espionar os pedestres nas ruas da nossa Cidade.

O Ver. Garcia também está propondo instituir no Município a Semana da Educação Física, no período tal.

Eu vou pedir para o Papa Gregório que volte à Terra e modifique o calendário, porque o que tem de “dias” e de “semanas” nesta terra é impressionante.

Vamos ter de aumentar o ano, ter muito mais semanas, para podermos fazer as comemorações tão desejadas por todos os Vereadores, por todos os Legisladores.

E, para quem não sabe, hoje, 5 de outubro, é o Dia da Ave. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoamos o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nºs 04, 107, 108 e 113 ao PLE nº 011/05. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero fazer uma saudação ao nosso sempre Vereador e hoje Secretário, ocupando a Pasta do Esporte, Ver. João Bosco Vaz.

Temos vários Projetos em Pauta. Primeiramente, o Ver. João Dib referiu-se a um Projeto de minha autoria, que institui no Município a Semana de Educação Física. E o Vereador falou que precisaria de outro calendário.

Ora, a Cidade funciona dentro de uma organização social, funciona no seu dia-a-dia, ou seja, todos os movimentos se ativam, se agrupam e são discutidos diariamente.

O que estamos propondo? É que nessa Semana possamos priorizar, numa visão diferenciada, um determinado tema, e esse determinado tema não implica ônus para a Cidade.

Semana passada, tivemos a Semana das Águas. Então precisaria alterar o calendário por causa da Semana das Águas? Não! As coisas são dinâmicas, e os temas têm de ser abordados, aprofundados.

Por que a questão da Semana da Educação Física? Nós sabemos que, cada vez mais, o Brasil, a exemplo do mundo, está-se constituindo em uma população de obesos, mostrando cada vez mais que a importância da prática da atividade física tem de fazer parte do dia-a-dia numa questão inclusive cultural, fazendo com que as pessoas se conscientizem de que a prática da atividade física é algo que deve ser feito desde o nascimento até a morte. O Executivo está propondo o Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte – Proesporte. Ora, durante muitos anos discutiu-se aqui em Porto Alegre, discute-se no Estado e no próprio Brasil políticas públicas de incentivo ao esporte, e agora está vindo um Projeto de políticas públicas de incentivo ao esporte, que fala em redução de IPTU e ISSQN. Bom, poderão dizer: “Por que só IPTU e ISSQN?” Ora, IPTU e ISSQN são os tributos municipais que pode o Prefeito, através de projeto de lei, propor. E é isso que ele está propondo aqui. Nós estamos estudando carinhosamente esse Projeto, até pela ligação que temos com o esporte, mas quero dizer que realmente ele vem preencher uma lacuna dentro das limitações do Município de Porto Alegre.

O Ver. Mario Fraga está propondo o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao judoca João Derly, que na semana passada esteve aqui na Casa, e ao seu técnico, Antonio Carlos Pereira, o Kiko, o título honorífico de Líder Esportivo. Isso é mais do que merecido, porque o técnico e o atleta, recentemente, foram campeões mundiais de judô, colocando o nosso País no topo.

Por último, gostaria de citar um Projeto de minha autoria que também, segundo o Ver. João Antonio Dib, precisaria entrar no calendário gregoriano; refiro-me ao Projeto que inclui no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a Festa de São João Batista. Ora, essa festa já é realizada, sistematicamente ela acontece no dia 24 de junho ou no primeiro sábado, algo que já faz parte do cotidiano da Cidade. Ela não apresenta ônus para o Município. O que está se colocando? Que, quando houver a divulgação, por parte do Município, de todos os eventos da Cidade, conste também essa festa, que é mais um evento tradicional da Cidade.

Então, na realidade, no que nós estamos colaborando? Colaboramos no sentido de que essas atividades, esses eventos que são frutos da população no seu todo, de movimentos naturais, possam ser inseridos nesse grande Calendário da Cidade; a Cidade se move de maneira orgânica, e toda a sua movimentação deve ser inserida nesse Calendário. Nós entendemos que esse Projeto recém está no período de Pauta, e, volto a dizer, o período de Pauta, no meu entendimento, é como um debut, ou seja, é a apresentação de um projeto para a Cidade. E a partir de agora, então, nós poderemos discutir isso em seu todo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, público que nos assiste, quero aqui fazer um comentário e um diálogo com referência a dois Projetos que estão sendo apresentados. O primeiro deles é da Verª Neuza Canabarro, e a ele está sendo apresentado um Substitutivo. Já há um Projeto do Executivo que determina a utilização de semáforos com temporizador de contagem regressiva no sistema de controle de trânsito de veículos no Município de Porto Alegre, e, ao mesmo tempo, aponta isso para um sistema de observação visual.

Creio que este Projeto tem uma validade muito grande para a cidade de Porto Alegre, porém nós precisamos buscar aqui ainda mais ampliação do Projeto no sentido da sua qualificação, para que atinja todos os segmentos da sociedade. Por que eu digo isso? Porque é um Projeto que determina a contagem regressiva do tempo para visualização no semáforo. Bom, e os portadores de deficiência visual? Estou dialogando com a Verª Neuza, aqui, inclusive, nos propondo a construir uma Emenda em conjunto, porque há sistemas que determinam a temporização nos semáforos ou sinaleiras com som, som esse que é emitido para os portadores de deficiência visual também poderem se situar, eles poderão saber quando os sinais estarão na cor verde ou vermelho. Portanto, Verª Neuza, aceite aqui a sugestão do diálogo. Ao mesmo tempo, queremos construir com V. Exª este Projeto, que vem a qualificar o sistema de trânsito, e que possamos incluir esse aspecto, que vem a beneficiar os portadores de deficiência visual no que se refere à sua locomoção no trânsito.

O segundo Projeto sobre o qual quero fazer um comentário é um Projeto de Lei do Executivo que declara de utilidade pública a entidade Associação Gaúcha de Equoterapia - AGE/RS. Faço um comentário aqui a respeito da importância que tem a valorização dessa entidade e tenho trazido alguns debates a respeito desse assunto em Porto Alegre. Essa entidade é uma das que faz valer o conceito do Plano Diretor que nós construímos, em que construímos a chamada Cidade Rururbana, para poder haver atividades de origem rural associadas às atividades urbanas. E aí, Sr. Presidente, nós construímos um movimento partindo da Zona Sul. Esta Casa apreciou e aprovou a isenção tributária para todas as propriedades que desenvolvam atividade primária - isenção tributária do IPTU e da Taxa de Lixo. O que vem acontecendo? As equipes técnicas do Município de Porto Alegre, sejam elas da SMIC, da Secretaria da Fazenda e, por último, do Conselho Municipal de Contribuintes não reconhecem a atividade de criação de cavalos - ou eqüestres ou eqüinos, como queiram - como atividade de produção primária, tal qual se envolve a Associação Gaúcha de Equoterapia, que está sendo proposta aqui como uma entidade de utilidade pública. Portanto, é importante trazer a análise desse Projeto para nos situarmos no sentido de que esse conceito precisa também ser entendido por parte do Executivo. Então, eu faço aqui um apelo à base do Governo, ao Executivo, ao Ver. Sebastião Melo, que é da base do Secretário Cecchin - nessa Secretaria são feitas as análises desses Projetos -, pois os técnicos continuam interpretando algumas atividades de produção primária como não sendo de produção primária, e, com isso, essas atividades acabam não alcançando a isenção tributária. Já protocolamos nesta Casa, vamos pedir Regime de Urgência e uma complementação legislativa que qualifica todas as atividades que são atividades de produção primária, para que possamos enquadrar o Projeto de Lei já existente e qualificar a nossa legislação. Nesse sentido, nossos agradecimentos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Anunciamos a presença, na Casa, do Secretário de Programação e Orçamento, João Portella, e do Secretário de Esporte e Lazer, João Bosco Vaz. Também está na Casa, honrando-nos com sua visita, o Dr. Paulo Maciel, filho do Prof. Rubens Mário Garcia Maciel, pois esta Casa denominou a Sala da Comissão de Saúde e do Meio Ambiente com o nome do Prof. Rubens Maciel. A sala será inaugurada no dia 1º de novembro.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e também no Canal 16, TV Câmara, eu queria saudar a todos. Vou falar sobre dois Projetos que se encontram na 1.ª Sessão de Pauta no dia de hoje. Há um Projeto de autoria da nobre colega Verª Neuza Canabarro que é de extrema importância. O que a Vereadora quer? Ela entrou com um Projeto autorizando o Executivo Municipal a instalar semáforos com temporizador de contagem regressiva no Município de Porto Alegre. Para que a população entenda o que a Vereadora quer nesse Projeto, eu vou tentar esclarecê-lo. Alguns países já usam esse alerta onde há semáforos, principalmente em vias de grande fluxo de veículos. É um temporizador que marca contagem regressiva, meu caro Ver. Adeli Sell, chamando a atenção das pessoas para que tenham cuidado, para que a pessoa tenha condições, com aquela contagem regressiva, de verificar quantos segundos ou minutos faltam para que a sinaleira mude de cor, e isso poderá fazer com que os motoristas tenham mais cuidado.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Chega em boa hora este Projeto, até porque nós já temos cidades no Estado que têm esse tipo de sinaleira. Florianópolis tem esse tipo de sinaleira, como também tem faixas de segurança pintadas de forma exemplar, e as pessoas obedecem à faixa de segurança e à sinalização, diferentemente do que acontece aqui, em que o trânsito tem muitos problemas, como já alertou o Ver. Bernardino em uma das suas intervenções.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado, Ver. Adeli Sell. Sem dúvida nenhuma, é um Projeto importante, inclusive para a segurança dos nossos motoristas, porque acontecem muitos acidentes em sinaleiras na nossa Cidade. É mais um alerta à população para que tenha cuidado, porque, às vezes, o sinal está para mudar, principalmente na fase do amarelo. Segundos de distração resultam em acidentes fatais, como tem acontecido seguidamente na cidade de Porto Alegre. Esse temporizador vai ser de extrema importância, pois dará maior segurança para o motorista e para a população de Porto Alegre.

Outro Projeto que quero destacar é o de autoria do Ver. Professor Garcia que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana de Educação Física. Sem dúvida, a educação física faz parte da saúde da população. Quem tem condições deve praticar educação física, porque é uma prevenção, claro que com alguns cuidados. Quem nunca praticou não deve se atirar, se meter “de pato a ganso”, sem ter um cuidado médico, porque isso poderá resultar em casos gravíssimos. Mas a educação física é um preparo de que o organismo necessita, é uma prevenção para a saúde pública. Portanto, fica aqui o meu reconhecimento a estes dois projetos: da Verª Neuza Canabarro e do Ver. Carlos Alberto Garcia, dois importantes Projetos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) (Ausente.) O Ver. Adeli está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, como já coloquei no meu aparte ao Ver. Ervino Besson, eu sou entusiasta, sou defensor do Projeto da mudança das sinaleiras, conforme propõe a Verª Neuza Canabarro. Sou parceiro nisso, Porto Alegre tem que se modernizar com esse tipo de equipamento. Como já disse antes, conjuntamente há que se pintar as faixas de segurança que hoje estão apagadas e há tempo não vêem tinta. Aproveitando a conversa que tive há pouco com o Secretário João Bosco Vaz, nosso Secretário Municipal de Esportes, que deve estar aqui nesta Casa no dia 11 de outubro, na Comissão de Educação, Cultura e Esportes, para, junto com o pessoal da Fazenda, explicitar detalhadamente nessa Comissão, que é competente para tal, a proposição da criação de um fundo municipal de apoio ao esporte, o denominado Pró-Esporte, quero debater esse assunto. Inclusive eu questionava o Ver. Bosco sobre a percentagem de 40% de possibilidades e ser isso o limite na dedução do IPTU e do ISS, porque eu achava que era um valor um tanto alto, mas o Vereador disse que acha que é uma questão razoável para que alguém possa fazer aplicações nesse sentido. Levantou também a questão de que os projetos que vão ser beneficiados com essa lei de incentivo não podem ultrapassar 10% do total. Eu acho que isso é uma cláusula de barreira, digamos assim, inteligente e necessária. Eu creio que podemos, inclusive, baixar isso um pouco, para que mais e mais instituições tenham condições de acessar a futura lei de incentivo ao esporte, porque eu acho que nós vamos construir, de comum acordo, um projeto que não seja apenas a expressão da vontade do gestor público do momento - no caso, o Secretário Bosco e a Prefeitura -, mas também a interlocução que será feita com esta Casa, que eu pretendo levar às últimas conseqüências, dando condições para isso. No dia 11 de outubro, convidarei todos, absolutamente todos os nossos colegas Vereadores, como também vou convidar instituições na área do Esporte, para que estejam aqui e para que possamos debater, discutir e tomar posição sobre esse Projeto.

De outra feita também, Ver. João Carlos Nedel, eu levantei a possibilidade de aproveitarmos e irmos adiante, modernizarmos e eu diria, inclusive, radicalizarmos e, em vez de mantermos a Secretaria, criarmos, na verdade, uma instituição, ou seja, uma fundação de esporte na cidade de Porto Alegre. Eu acredito que a criação de uma fundação dá mais condições para esse tipo de atividade, porque a burocracia estatal hoje é descomunal; infelizmente o Congresso Nacional está completamente paralisado, não vota nenhuma lei de modernização, não votou a Lei de Modernização da Legislação Eleitoral, que é esse escândalo que está aí, que dá condições desse troca-troca todo, e também não vai fazer nenhuma reforma de modernização administrativa, o que faz com que o Estado brasileiro seja um Estado engessado, um Estado que não dê condições de agir com desenvoltura. Tanto é assim que as empresas estatais têm muito mais desenvoltura, porque nós ouvimos falar tanto do problema dos Correios, mas ninguém fala da Eletrosul, a empresa que, em sete anos, tornou-se a empresa de eletricidade, de energia, mais lucrativa do Brasil e é uma empresa pública! É que a empresa, Ver. João Nedel, não tem essas amarras burocráticas que as Secretarias, que os Departamentos têm na estrutura estatal. Portanto, como eu não acredito muito em mudanças em Brasília, eu sou Vereador, tento mudar o que eu posso por aqui e quero dialogar com o Secretário João Bosco Vaz sobre essa possibilidade de uma fundação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrada a discussão de Pauta. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; minhas colegas Vereadoras, meus colegas Vereadores, acabo de chegar do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, que finalmente emitiu um juízo de valor sobre uma denúncia que nós havíamos protocolado mais precisamente em novembro de 2001.

Quando me tornei Vereador desta Casa, pela primeira vez, Ver. Ibsen, logo após o processo eleitoral, o juiz responsável por aquela eleição, Dr. Temperani Pereira, rejeitou as contas do então Prefeito, eleito pela segunda vez, o Sr. Tarso Genro. Eu busquei os motivos, a razão de tal decisão, e lá, Ver. Braz, estava plasmado que o motivo que havia levado o senhor juiz a rejeitar as contas era porque havia doações irregulares de dinheiro para campanha do Sr. Tarso Genro, uma vez que a Lei diz, de forma garrafal, que quem é concessionário do Poder Público não pode doar dinheiro para campanha de candidato a Prefeito ou Vereador. E o Sr. Tarso Genro recebeu dinheiro da empresa que recolhia lixo em Porto Alegre! E eu fui mais além: solicitei informações sobre as contas eleitorais do Sr. Darci Campani, e, nas contas eleitorais dele, que foi candidato a Vereador, havia doações de recursos da empresa e da pessoa física! Então eu comecei a ver o que estava ocorrendo, Ver. Dib, que negócio era aquele em que a empresa tinha tantos contratos emergenciais ao longo do tempo, e comecei a fazer Pedidos de Informações. As respostas aos Pedidos vieram, muitas vezes, imprecisas. Mas, mesmo com as imprecisões que o Executivo forneceu, Ver. Dib, foi possível formular uma denúncia, a qual foi processada no Tribunal de Contas e no Ministério Público Estadual.

Hoje, em sessão ordinária, depois de dois pedidos de vista, o Tribunal reconhece, Presidente, a nossa denúncia e determina que o gestor público devolva aos cofres públicos quase um milhão de reais! São 500 mil reais, corrigidos a partir de 2001!

Eu quero dizer que para nós, que muitas vezes viemos a esta tribuna, era dito: “Mas, Melo, Vereador, estás fazendo uma denúncia, não existe nada, os contratos são extremamente regulares.” Pois agora, Ver. Dziedricki, está lá, não é mais uma denúncia, é o voto de cinco Conselheiros contra um, dizendo que os recursos devem ser devolvidos aos cofres públicos! E aí, Ver. Dib, cá para nós, o Sr. Campani não agiu sozinho nisso, havia uma gestão que tinha Prefeito eleito, que tem responsabilidade e que, se agiu, agiu em nome da Administração. É verdade que o Sr. Darci Campani, por ser ordenador de despesa, por estar numa autarquia, vai ser responsabilizado pessoalmente. Agora vão fazer de conta: “Não, isso não é comigo, isso é com o Darci Campani!” Não, foi com a Administração Pública de Porto Alegre, na gestão do Sr. Tarso Genro! E agora, nós vamos aguardar e estamos acompanhando, porque esse é um pedaço do filme; na 2ª Vara da Fazenda Pública, lá sim, lá vamos mais além, lá nós estamos pedindo a averiguação desde 1990! É uma ação civil pública, patrocinada pelo Ministério Público, fruto da nossa representação.

Com isso eu quero dizer, Presidente e demais Vereadores, que estamos fazendo a nossa parte. Nós achamos que, do papel do Parlamentar, o fundamental é a fiscalização. Quero dizer que estamos fazendo a nossa parte, foram noites indormidas. Quero agradecer a tantas quantas colaborações voluntárias eu tive, porque esta Casa não dispõe de assessoria para tratar desse assunto, e essa é uma cobrança que eu sempre fiz desta tribuna. Não adianta dar um mandato a uma pessoa e fazer de conta que ele é Parlamentar, tem que dar as condições para ele trabalhar. Esta Casa precisa ter um gabinete de assessoramento superior para que alguém possa utilizar, quando quiser aprofundar mais uma determinada matéria; e isso nós não temos. Mas eu me socorri de muitos voluntários, extraordinárias figuras que, junto comigo, trabalharam nesse processo, para que a gente buscasse esse recurso para aquilo que falta lá na ponta. Portanto, eu queria registrar nesta tarde que, depois de idas e vindas, pedidos de vista, o Tribunal chega a um veredicto final. Não cabe mais recurso, portanto haverá um título em trinta dias transitado em julgado, e a Procuradoria do Município tem que executar o gestor para que ele devolva os recursos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistência do canal 16 e público presente, mais uma vez eu sou forçado a vir a esta tribuna para desdizer e desfazer as ações, as atitudes do Ver. Sebastião Melo, que pretende, com seu discurso, imputar condenações a pessoas de modo injusto e leviano. Ele faz ligações e insinuações no sentido de que o ex-Prefeito Tarso Genro teria sido beneficiado irregularmente com financiamento de campanha por empresas que prestaram serviço à municipalidade de Porto Alegre. Eu tenho em mãos uma Certidão da Justiça Eleitoral, e quero mostrar, porque é bem recente. (Mostra documento.) Eu gostaria de que a câmera focalizasse, porque eu afirmo que ele costuma vir aqui, falar as coisas pela metade e deixar as suspeitas e as inverdades no ar, para querer imputar, perante a opinião pública, perante a assistência, culpas e condenações que não existem. Passo a ler novamente, como já o fiz em outro momento, a Certidão da Srª Juíza Eleitoral responsável pelo julgamento do processo, porque o que o Ver. Sebastião Melo disse aqui foi apenas uma parte do processo, e depois, em grau de recurso, a certidão, e a decisão da sentença é a que está expressa neste documento (Lê.): “Certidão. Certifico e dou fé, para os devidos fins, que, revendo os processos de prestação de contas referentes às eleições realizadas no ano de 2000, foram julgadas boas e regulares as contas de campanha do candidato Sr. Tarso Fernando Herz Genro, conforme acórdão (fls. 377) proferido no Processo TRE/RS, classe 15, de nº 15024900. Dada e passada nesta cidade de Porto Alegre/RS aos 08 dias do mês de setembro do ano de 2005. Elenara Souza Morais, Chefe de Cartório da 158ª Zona Eleitoral de Porto Alegre”. Portanto esse é o documento oficial e esse é o documento que vale e não insinuações levianas aqui feitas repetidamente.

E, de mais a mais, se o Tribunal de Contas é uma instância importante de controle público que julga, também é uma instância que tem limites, pois o seu limite é uma decisão de Tribunal Administrativo, que a ele ainda cabe recurso.

E, mais do que isso, ainda há os recursos e a busca, muitas vezes, da Justiça, que se faz necessária, porque às vezes os processos são enviesados ou entortados mesmo nesses julgamentos, nessa alçada de controle administrativo do Estado e dos Entes Federados.

Portanto, venho aqui e refuto mais uma vez as palavras e as atitudes do Ver. Sebastião Melo, que faz questão de contar as histórias em partes ou pela metade. E, se renovar contratos é crime, por que, então, tantos outros contratos são renovados em todas as esferas da Administração Pública, inclusive muitas das quais fazem parte da ação principal gestores do Partido do Ver. Sebastião Melo? Ou não mereceríamos uma explicação melhor de qual o motivo de, recentemente, o Diretor do DMLU ser substituído sem que nenhuma palavra, nenhuma manifestação tivesse sido dada a esta Casa e ao povo de Porto Alegre? Será que tudo isso acontece de graça, fortuitamente?

Quero dizer isso, sim, senhoras e senhores e assistência: as contas do Sr. Tarso Genro, Prefeito de Porto Alegre, relacionadas à campanha eleitoral de 2000, estão todas regulares, conforme esta Certidão. Ademais, os processos que tramitam no Tribunal de Contas têm todo o percurso de instâncias administrativas e judiciais, e ninguém pode ser condenado antecipadamente, como querem algumas pessoas aqui nesta Casa. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero fazer um esclarecimento antes do Requerimento. Eu falei - e reafirmo - da devolução de recursos referentes ao DMLU, eu não falei de contas eleitorais.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, é uma Questão de Ordem; isso não é Requerimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Vou fazer um Requerimento. Quero dizer que as contas da Marta Suplicy e de tantos outros também foram aprovadas na Justiça Eleitoral e foram todas fraudadas. Então não venha com esse discurso aqui.

Eu quero requerer a V. Exª que, junto aos Anais desta Casa, seja anexado esse Voto, proferido pelo Conselheiro Porfírio Peixoto nesta tarde, quarta-feira, em que determina, sim, que devolva aos cofres públicos 500 mil reais que, com correções e multa, chegam quase a um milhão de reais, e que fique disponibilizado para tantos quantos porto-alegrenses e Vereadores queiram ter acesso a ele. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Aceito seu Requerimento e aguardo que apresente a esta Presidência o comprovante solicitado.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra. (Pausa.) V. Exª desiste da palavra?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Acabei de usá-la.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): V. Exª disse que iria fazer um Requerimento, uma coisa assim.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Eu queria saber com base em que ponto do Regimento V. Exª aprovou o Requerimento do Ver. Sebastião Melo, porque não existe esse tipo de procedimento de apensar documentos a falas ou registros. Nesta Câmara não existe nenhum ponto no Regimento que dê guarida a essa questão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Diretor Legislativo me informa que não pode ser apensado aos Anais, a não ser que seja lido. Obrigado.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, cada dia eu vou aprendendo mais na Câmara. O Requerimento tem que ser recebido, não significa que o Requerimento receba o amém, mas, que tem que ser recebido, tem. Acho que é o art. 94 do Regimento.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, debaixo do tapete do ex-Vereador, ex-Diretor do Departamento de Limpeza Urbana tem muito lixo, mas tem muito lixo!

Eu digo com a tranqüilidade de quem, desta tribuna, olhando para o Ver. Darci Campani, afirmou - eu não estou dizendo isso hoje, porque ele não está aqui. Eu só fui falar, a primeira vez, quando ele estava sentado ali. Eu lembrei a ele do forno de incineração de lixo que o Prefeito José Fogaça terá de pagar, eu lembrei a ele da auditoria que o ex-Prefeito Tarso Fernando Genro mandou fazer na Administração do seu Prefeito, visto que ele era o Vice-Prefeito do Olívio Dutra. A auditoria concluiu que a empresa recebeu 17 toneladas de lixo por caminhão, quando a balança quebrou, e, antes de a balança quebrar, recebia só 14. Um ano e pouco depois de consertada, a balança voltou a pesar 14 toneladas, e o prejuízo, na época, foi considerado de um milhão de dólares.

Eu disse nesta tribuna, porque um dia eu recebi uma cópia assinada pelos servidores municipais, que naquela fumaceira toda tinha que ter algum fogo. No dia seguinte, saiu na página 13 do jornal Zero Hora: “Não pesamos o lixo, não emitimos o empenho, não fizemos o recibo; recebemos o que nos pagaram”. E aí morreu, porque eu fiz um Pedido de Informações ao então Prefeito Tarso Fernando, que me informou que aquela auditoria não era... Está bem! Eu também não podia avaliar, eu não tinha o original, eu tinha uma cópia.

Mas também, três dias antes de o Prefeito sair da Prefeitura e o Ver. Darci Campani sair da Limpeza Pública, o Prefeito fez um contrato com a Fundatec, naquele tempo - mesmo depois de o Ministério Público dizer que era só com licitação -, considerando a notória especialização, o estudo de um motor de explosão. Como é que o Departamento de Limpeza Urbana, que não tem vida própria financeiramente, pode mandar estudar um motor de explosão, que não tem nada a ver com o Departamento? Se fosse a EPTC, se fosse a SMT, eu até iria entender, mas o Departamento de Limpeza Urbana, não! Faltavam três dias para que ele saísse da Prefeitura, ele e o Prefeito Olívio, e o contrato foi de 336 milhões de reais, mas foi feito com tanta pressa, mas tanta pressa para os denominados notórios especialistas - e não eram, porque buscaram recursos na Unisinos - que pagaram a terça parte do que deveria ser pago no ato da assinatura para a Cientec, e não para a Fundatec. Claro que a Cientec devolveu o dinheiro, não ia ficar com o dinheiro que não era dela, mas eu falei isso na frente do Ver. Darci Campani. E não se pode esquecer que na eleição do ano de 2000, quando amanheceu o dia 06 de julho, não havia um poste nesta Cidade que não tivesse propaganda do Ver. Darci Campani. Tem que ter um poderio econômico muito grande para fazer isso aí! Tem que ter muita coisa errada e para ser explicada. Esta Cidade tem muitos postes! É verdade que alguns deles não têm lâmpadas ainda, mas, que tem postes, tem! E todos eles tinham banner do nosso Darci Barnech Campani, que foi Vereador nesta Casa e não explicou as compras do forno, do motor de explosão e nem a balança que quebrou e foi consertada depois de um ano e meio. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, V. Exª sabe que eu gosto de um debate agudo, mas eu nunca enveredo para o campo da pessoalidade nas minhas manifestações. Eu quero dizer que acho que o Ver. Todeschini, ao referir que a nossa posição foi uma posição leviana, da tribuna, fez uma adjetivação pessoal, tentando atingir este Vereador. Por esta razão, abrigado naquilo que é a Lei maior desta Casa, que é o Regimento, no seu artigo 94, letra f, que diz (Lê.): “Tempo Especial de no máximo cinco minutos para manifestação de Vereador que, quando atingido em sua honorabilidade ou em casos excepcionais de interesse da comunidade, a critério do Presidente ou de membro da Mesa que esteja presidindo os trabalhos”.

Este é o Requerimento que faço para sua apreciação, Sr. Presidente, para que eu possa, então, fazer a leitura do Voto proferido pelo Conselheiro, agora à tarde, sobre a matéria ora em discussão. Este é o Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Todeschini, V. Exª mantém o que disse na tribuna?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, eu quero dizer com clareza e reiterar que...

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu só quero saber se V. Exª mantém ou retira a palavra “levianas”.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu não fiz nenhuma ofensa pessoal. Eu disse que as atitudes do Ver. Sebastião Melo, na medida em que tenta vincular, forçadamente, o ex-Prefeito Tarso Genro a uma ação de financiamento de campanha, é uma atitude leviana. É isso que eu afirmo. Eu não fiz nenhum ataque pessoal, e sim um ataque às atitudes que são sistemáticas daquele Vereador nessa direção. É uma ação de julgamento não-pessoal, mas de atitude.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Esta Presidência estava atenta às suas colocações e às colocações do Ver. Sebastião Melo. Quando V. Exª se referiu às contas de campanha, o Ver. Sebastião Melo havia-se referido às contas da Prefeitura, às contas da Administração. Então, V. Exª estava-se referindo a uma coisa a que o Ver. Sebastião Melo não se referiu.

Esta Presidência não vai mais debater e aceita o seu Requerimento, Ver. Sebastião Melo; cinco minutos com Vossa Excelência. Após o pronunciamento.

(Manifestações do plenário.)

 

(O Ver. Adeli Sell disse que tal situação não podia ocorrer, que deveriam analisar isso, que o Presidente não pode fazer isso. A Verª Maria Celeste manifestou-se no mesmo sentido.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ninguém vai dizer o que a Presidência pode dizer ou não!

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Tempo Especial.

 

(O Ver. Adeli Sell dirige-se à Mesa dos trabalhos e bate com a mão na mesa, afirmando que o Presidente não pode fazer isso, que ele - o Ver. Adeli Sell - não vai se manter calmo. A Verª Maria Celeste questiona ao Presidente a qual tempo constante do Regimento ele se refere, onde consta esse tempo. Todas as manifestações foram fora do microfone.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Está no Regulamento ali! Foi citado, e esta Presidência...

 

O SR. ADELI SELL (Fora do Microfone): Não pode fazer isso! Qual é o amparo, Presidente?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Fora do Microfone): Não tem amparo isso.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Por gentileza, queiram se retirar. Vereador...

 

O SR. ADELI SELL (Fora do microfone): Não tem amparo legal!

 

A SRA. MARIA CELESTE (Fora do microfone): Não tem amparo legal!

 

O SR. ADELI SELL (Fora do microfone): V. Exª não tem o direito de fazer isso. (Bate com a mão na mesa dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Por gentileza, queiram-se retirar. Vereador! O senhor não venha bater aqui na mesa. Respeito!

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Questão de Ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. ADELI SELL: Eu pedi antes a Questão de Ordem.

 

(Tumulto no plenário.)

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Por gentileza, queiram se retirar. Vereador ...

 

O SR. ADELI SELL: Eu pedi antes a Questão de Ordem! Eu pedi antes, eu pedi...

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): V. Exª, acalme-se.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Com a permissão do orador que está na tribuna...

 

O SR. ADELI SELL (Fora do microfone): Eu pedi antes!

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Com a permissão do Vereador que está na tribuna, levanto uma Questão de Ordem para requerer a V. Exª que, em defesa das prerrogativas da Mesa desta Casa, imponha o respeito, inclusive chamando o Setor de Segurança se for necessário, especialmente pela conduta de alguns Vereadores, ameaçando até mesmo a integridade física do Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Muito bem, Vereador.

 

(Tumulto no plenário.)

 

A SRA. MARIA CELESTE (Fora do microfone): Eu nunca vi isso! Foi cassada a palavra, eu nunca vi isso!

 

O SR. ADELI SELL (Fora do microfone): Não vai continuar esta Sessão! Eu pedi antes a Questão de Ordem!

 

(Tumulto no plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): V. Exª se acalme! V. Exª se acalme!

 

O SR. ADELI SELL: Agora, o senhor tem que reconhecer que eu solicitei antes a Questão de Ordem, solicitei antes!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A minha decisão foi anterior ao seu pedido. Portanto, V. Exª se acalme, e eu vou lhe dar a Questão de Ordem.

 

O SR. ADELI SELL: Não pode! Nós não podemos ter dois pesos e duas medidas, eu pedi uma Questão de Ordem e V. Exª não me deu e deu para um outro Vereador, nas mesmas circunstâncias que estava o Vereador na tribuna. Então, são dois pesos e duas medidas... Tudo para a situação e nada para a oposição! (Som cortado, conforme determinação da Presidência dos trabalhos.)

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, primeiro, V. Exª se acalme; segundo, o Vereador citou a Lei, o dispositivo e leu. Esta Presidência entende que ele tinha razão. Peço a V. Exª que respeite a decisão deste Presidente, depois vou lhe dar a Questão de Ordem devidamente. Muito obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Então quero fazer um Requerimento. Mas V. Exª deu para um outro Vereador antes, eu quero fazer um Requerimento antes de ele falar!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu atendi o Requerimento dele, e a minha decisão está tomada. V. Exª me permite?

 

O SR. ADELI SELL: Mas como V. Exª dá uma Questão de Ordem... Quer dizer que tem Vereador que vale mais que o outro aqui dentro?

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não, senhor.

 

O SR. ADELI SELL: Claro que vale, Vereador!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Primeiro, V. Exª mantenha-se calmo e respeite esta Presidência.

 

O SR. ADELI SELL: Mas dá para ficar calmo diante desta situação, que tem dois pesos e duas medidas?!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sim, o senhor está desrespeitando esta Presidência.

 

O SR. ADELI SELL: Não, não estou! Não estou desrespeitando!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não vou atender a sua Questão neste momento e lhe casso realmente a palavra por problemas de educação!

 

O SR. ADELI SELL (Fora do microfone): Isto daqui é ditadura!

 

(Tumulto no plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero usar este Tempo Especial para fazer parcialmente a leitura do Voto proferido, hoje à tarde, pelo Conselheiro Porfírio Peixoto em processo movido pelo Ministério Público Especial, fruto da representação deste Vereador.

Diz o Voto do Sr. Conselheiro (Lê.): “Trata-se de Recurso de Reconsideração interposto pelo Ministério Público Especial, contra decisão do Tribunal Pleno... sem a fixação de glosa relativa a possível prejuízo causado por contratos emergenciais do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre – DMLU, com a Empresa Coletora de Resíduos Industriais – CORES, visando à prestação dos serviços de capina, recolhimento e transporte do lixo. ... Destaco o trabalho dos meus pares, considerando que o meu convencimento, que a seguir passo a expor, se deu em função dos votos já apresentados.

Primeiramente, com relação à contratação Emergencial da empresa CORES, para dar continuidade aos serviços prestados ao Município, tendo em vista o caráter de natureza essencial e de complexidade operacional que é o da coleta de lixo, assim como o Eminente Conselheiro João Luiz Vargas... ... Quanto ao valor inicialmente estipulado para o contrato, R$ 35,42 a tonelada ... abril de 2001, era o mesmo que vinha sendo praticado pelo contrato que findou, decorrente de procedimento legal aceitável.

O segundo ponto que passo a enfrentar refere-se ao eventual prejuízo causado em decorrência desses contratos emergenciais. A empresa CORES, através de procedimento legal é a que prestou serviço de coleta de lixo no Município desde 01 de maio de 1996, contrato que findou em 01 de maio de 2001. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana, conforme manifestação em juízo, tinha conhecimento que ‘para iniciar e finalizar um certame desta monta são precisos, no mínimo, 12 meses’ ”.

Portanto o gestor sabia, e aqui vem um importante comentário, Presidente, o gestor sabia que tinha que abrir um contrato um ano antes e ele só foi abrir quando faltavam quatro dias para finalizar o contrato. Aqui é a demonstração clara, inequívoca, cristalina de que houve a incúria administrativa. Por essa razão, os Conselheiros, por cinco a um, determinaram o quê? Se eu lanço um edital, Ver. Ervino, dizendo que o preço máximo da coleta do lixo são 32 reais e 19 centavos; eu lanço o edital, eu sou um gestor público e digo que o valor máximo para recolher o lixo são 32 reais e 19 centavos por tonelada, mas, no entanto, estou pagando, Ver. Dib, 39 reais e 11 centavos, o que faz o Tribunal? O Tribunal, na nossa avaliação, acertadamente determina que devolvam aos cofres públicos a diferença desses valores. E é disso que nós estamos falando. Isto aqui está transitado em julgado, isto aqui não é denúncia!

Eu vim falar dessa matéria, e falar dessa matéria, evidentemente, os outros Vereadores entenderam que eu não estava falando de uma coisa concreta, pelo contrário, estou falando de uma coisa concreta, que é uma condenação do Tribunal de Contas relativamente à devolução dos recursos ao Erário Municipal.

Passo a ler só a finalização do Voto do Sr. Conselheiro, que diz o seguinte (Lê.): “Sendo assim, acompanhando os jurídicos fundamentos do voto apresentado pelo Eminente Auditor Substituto de Conselheiro, Dr. Cesar Santolim, sou pelo provimento parcial do presente Recurso de Reconsideração interposto pelo Senhor Adjunto de Procurador, para fixar a glosa no montante de 482 mil, 561 reais e 54 centavos”. Esse é o Voto, que foi acompanhado pelos demais Conselheiros.

Portanto, Sr. Presidente, agradeço a atenção de ter tido a oportunidade de vir a esta tribuna, para ler uma questão que é uma decisão do Tribunal, que está sendo socializada, a que, inclusive, a imprensa já teve acesso. Então eu não entendi, já que é um problema que tem a ver com a Casa do Povo, com a Casa do cidadão de Porto Alegre, de uma decisão que tem a ver com o povo de Porto Alegre, por que essa informação não pudesse ser socializada.

Agradeço a V. Exª pelo deferimento. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu iria solicitar na minha Questão de Ordem a cópia das notas taquigráficas, mas não foi possível, V. Exª cedeu de forma intempestiva a um outro Vereador, antes de passar para mim, fui o primeiro a solicitar. Está tudo registrado, vamos tomar as medidas necessárias. Eu requeiro que, com base nas notas taquigráficas e na discussão aqui havida, haja um pronunciamento sobre se houve a legalidade ou não do pronunciamento do Ver. Sebastião Melo no Tempo Especial que V. Exª deferiu.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Adeli Sell, o art. 94 diz (Lê.): “Letra f - Tempo Especial de no máximo cinco minutos, para a manifestação de Vereador quando atingido em sua honorabilidade ou em casos excepcionais de interesse da comunidade, a critério do Presidente ou de membro da Mesa que esteja presidindo os trabalhos.” Então este Vereador, este Presidente tem um critério e tomou a decisão que julga acertada. Portanto, o seu Requerimento sobre as notas taquigráficas está aceito.

 

O SR. ADELI SELL: Eu estou fazendo um Requerimento à Procuradoria da Casa para que, com base em tudo o que foi dito e falado aqui, inclusive sobre a sua posição de dar este Tempo Especial, ela dê a posição da legalidade ou não do ato praticado por V. Exª

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, o Ver. Adeli Sell tem direito a fazer todos os Requerimentos que quiser, não pode é dialogar com a Mesa, ele que faça o Requerimento por escrito, para que seja encaminhado à Procuradoria, e damos por encerrada a luta toda, porque foi muito tumulto para pouca coisa. Eu acho que ele sabe escrever muito bem, ele é professor. Saúde e PAZ!

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, num esforço interpretativo do Requerimento do Ver. Adeli Sell, poderíamos ter um simples pedido de avaliação dos pronunciamentos conforme as notas taquigráficas, ou eventualmente um inconformismo contra a decisão de V. Exª, o que tem processamento regular. O que não se pode admitir, sim, é a contestação intempestiva, anti-regimental e, além disso, mal-educada, da decisão de V. Exª, até porque o Regimento veda o diálogo com a Mesa. Eu penso que está bem colocado pelo Ver. Dib, e, se for um recurso àquela iniciativa do Ver. Adeli, muito bem, um ato da Presidência é suscetível de revisão pelo Plenário, sem efeito suspensivo, ouvida a Comissão de Justiça. Se essa é a intenção do Vereador, V. Exª certamente dará regular tramitação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Adeli Sell, aguardo o Requerimento de V. Exª por escrito ... Novo Requerimento?

 

O SR. ADELI SELL: Novo Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): V. Exª ainda não cumpriu o primeiro. Gostaria de receber.

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Farei por escrito e requeiro o uso do art. 99. Não posso ser chamado de mal-educado sem responder. Quero os mesmos cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O art. 99 não significa nada disso. Aceito o seu primeiro Requerimento. E quanto ao seu Tempo Especial, a critério deste Presidente, que também não achou a sua atitude adequada, o Recurso lhe será negado.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é impossível este Vereador se pronunciar, porque o plenário não está dando condições para que alguém ocupe a tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Solicito, por gentileza, que o plenário e as galerias façam silêncio.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, quando o Presidente Lula da Silva foi eleito pelo povo, todos esperavam que a ação do Governo em relação aos banqueiros fosse uma ação muito firme e que os grandes lucros que os banqueiros sempre tiveram, historicamente, com relação ao País, fossem limitados e que nós pudéssemos começar, quem sabe, uma reação para que os banqueiros não fossem os grandes privilegiados no jogo que fazem dento da sociedade. Infelizmente, para todos nós, aconteceu completamente o contrário! Depois do Presidente Lula, os banqueiros acabaram aumentando o seu domínio, e os lucros chegaram a patamares estratosféricos, que impossibilitam qualquer tentativa de os setores da sociedade fazerem investimentos e tentarem progredir na sociedade. Quem está na linha de pobreza ou na classe média está fadado a ficar eternamente na linha de pobreza ou na classe média, ou a baixar mais ainda. Os ricos vão continuar cada vez mais ricos; aqueles que têm dinheiro vão continuar cada vez melhores, porque, afinal de contas, essa é a linha de trabalho escolhida pelo Presidente Lula da Silva. O advogado Dr. Marco Antônio Birnfeld, no Espaço Vital do Jornal do Comércio de terça-feira, dia 04 de outubro, coloca uma matéria que merece ser lida por todos nós, porque, afinal de contas, dá uma noção de como a população está sendo roubada com o consentimento do Governo e, infelizmente agora também, com o consentimento do Judiciário. Até a assunção do Presidente Lula da Silva, Ver. João Dib, os juros compostos, aqueles “juros sobre juros”, eram repudiados no Judiciário, e qualquer ação que ingressasse no Judiciário para cobrar os contratos abusivos, as chamadas cláusulas abusivas, aquelas que permitiam que juro fosse cobrado sobre juro, os chamados juros compostos, qualquer processo era ganhador no Judiciário. Todas as esferas no Judiciário davam ganho para esses processos. Depois do Sr. Lula da Silva, com o novo Supremo Tribunal Federal sob comando do Dr. Jobim, com o novo Superior Tribunal de Justiça, começou a haver uma relação diferente. E agora os Tribunais começaram a julgar de modo diferente, começaram a dar o direito aos banqueiros de roubarem o povo da forma mais vergonhosa, com o consentimento dos juízes dos nossos Tribunais Superiores. O Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal devem ser repudiados pela população, porque, afinal de contas, estão permitindo que os banqueiros cobrem juros sobre juros, juros compostos, e estão dizendo que isso é absolutamente normal! Sabem para quê? Sabem qual é o argumento? E ontem, o Jornal do Comércio dedicava, também, uma página inteira para que algumas autoridades ligadas aos bancos pudessem falar, apenas com o argumento de que agora eles podem voltar a emprestar dinheiro, que o crédito pode ficar melhor agora, talvez aquele mesmo crédito ao qual os aposentados tiveram direito, e agora está todo o mundo enforcado, pensando que o Governo estava dando um benefício, e, de repente, o que estava acontecendo é que estavam colocando mais um peso na cabeça da pessoa empobrecida, da pessoa pobre, daquele que tem poucos recursos.

O nosso repúdio, o repúdio mais veemente ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal! Esses órgãos, essas instituições que deveriam, na verdade, respaldar a relação de moralidade entre a sociedade e os banqueiros resolveram - seguindo orientação não sei de quem, acho que do Governo, só pode ser - dar guarida à tese dos banqueiros de que os juros compostos é algo com que se possa conviver. Não há sociedade no mundo que consiga sobreviver com esse tipo de relação.

O Fernando Henrique não era assim! O Lula é!

Na época do Fernando Henrique - e eu quero falar bem alto aqui -, os bancos não podiam cobrar juros sobre juros. Os juros compostos não podiam acontecer; eram julgados criminosos. Agora, na época do Sr. Lula da Silva, os juros compostos, que esmagam principalmente as pessoas pobres, estão sendo aceitos como regra, para que os bancos possam voltar a fornecer crédito para quem? Quem vai conseguir pegar dinheiro com a regra estabelecida aqui pelo Marco Antônio Birnfeld? Pois, se uma pessoa que deixasse 100 reais na poupança em 1994, teria agora 493 reais. Mas, se ele ficasse devendo para os bancos 100 reais em 1994, pelas regras que são aceitas hoje pelo Supremo Tribunal Federal, ele passaria a dever, com juros de 4%, três milhões, 252 mil reais! Essas são as regras do Governo Lula da Silva. Essas são as regras! Infelizmente, o povo está sendo não apenas enganado; está sendo roubado com a aquiescência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça! Espero que os nossos juízes aqui não cometam a loucura de mudar as suas posições, porque senão não restará a quem apelar.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; na pessoa de V. Exª quero saudar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa. Falo em nome da Liderança do meu Partido, composto pela Bancada dos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Dr. Goulart, Mario Fraga e este Vereador.

Trago hoje à luz da discussão, Sr. Presidente, um assunto, no nosso entendimento, muito relevante, que será votado agora, no dia 23: o Referendo a respeito do “sim” ou “não” ao desarmamento. Conversávamos, nessa segunda-feira, numa reunião do Movimento dos Advogados do PDT do Rio Grande do Sul, a respeito do tema. Abrilhantava a nossa reunião o Presidente da OAB, o companheiro Walmir Batista, que nos trouxe a informação de que a OAB do Rio Grande do Sul se manifestou em nome do Colégio de Presidentes, pelo “não” ao desarmamento. Nessa mesma linha, o nosso Partido, a Executiva Estadual do PDT, também se manifestou pelo “não”; somos a favor do direito à legitima defesa. Eu quero trazer este debate também aqui para a Câmara Municipal de Vereadores, porque é muito importante que nós possamos trazer alguns elementos para esta discussão. Hoje, o Rio Grande do Sul, Ver. Maurício, é o Estado, em números absolutos, que tem o maior número de armas de fogo no Brasil. Temos cerca de um milhão de armas de fogo aqui no nosso Estado. Nosso Estado, em número de acidentes, é o 22º colocado. Então, é importante que a gente faça algumas reflexões, porque, da maneira como o assunto está sendo abordado, realmente, a pessoa tem tendência a ser contrária ao armamento da população. O que acontece? Hoje, cerca de 5% da população, Ver. Elias Vidal, tem condições de comprar uma arma, ou seja, 95% da população não tem arma, e, como o referendo é obrigatório, a tendência daqueles que não têm arma é justamente votar para que ninguém tenha arma, porque há o entendimento de que poderia diminuir o número de acidentes, enfim. Eu quero dizer, quero refletir e também transmitir a nossa opinião no sentido de que pode ser que algumas pessoas estejam confusas a respeito do referendo, mas existe uma classe, que é a classe dos bandidos, e essa classe, eu tenho certeza de que é a favor do desarmamento da população. Nós vamos estar votando, Ver. Ervino Besson, o art. 35, que diz respeito ao referendo, e, na realidade, o que vamos aprovar é a proibição da venda de armas e munição. É claro que quem já tem arma vai permanecer com a sua arma, mas não vai mais poder comprar munição. Então, a gente percebe que algumas movimentações se justificam, por exemplo, Ver. João Dib, no Estado do Rio de Janeiro, a ampla maioria da população é a favor do desarmamento, mas existe uma realidade diferenciada. Dizia-nos o Presidente da Ordem que existem OABs em diferentes Estados da Federação que também são contrárias. Então, por que não fazermos essa discussão de maneira desfederalizada? Por que não trazemos à luz essa discussão primeiro acolhendo e ouvindo a opinião dos Estados? O nosso Partido é contrário, achamos que o direito de defesa deve ser garantido. Estamos preocupados, inclusive Vereadores da nossa Bancada estão fazendo palestras a respeito do tema. É um tema muito controverso, mas queremos registrar a nossa preocupação com a importância desse tema, que a gente possa fomentar este debate, porque ainda há tempo para que as pessoas se esclareçam sobre o que está sendo votado, para que não nos arrependamos ali adiante da decisão que vamos tomar. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para registrar dois grandes fatos ocorridos: um, relacionado ao Programa de Atendimento ao Idoso, no qual o Prefeito Fogaça e o Vice-Prefeito Eliseu Santos deram posse, na tarde de ontem, para o Comui – Conselho Municipal do Idoso.

Quero referendar algumas das ações positivas que a própria entidade que trata da assistência social no nosso Município, a FASC, através da sua Presidente, vem desempenhando junto ao Programa de Atendimento ao Idoso – PAI -, através do Conselho Municipal do Idoso, agora vinculado ao Gabinete do Vice-Prefeito, Eliseu Santos. Esse Conselho terá um olho crítico com relação aos programas de atendimento à área da Saúde, uma vez que uma das maiores preocupações dos idosos é justamente a dificuldade do acesso à saúde com justeza, com dignidade, com civilidade.

E uma das questões que eu faço menção é justamente o fato de ter representado esta Casa, na semana passada, no baile que deu abertura à Semana Municipal do Idoso. Um baile que integrou mais de 1.500 senhores e senhoras a partir de 60 anos.

Há que se fazer o registro aqui da importância do Estatuto do Idoso, mas também há de se registrar o compromisso que a Prefeitura de Porto Alegre vem assumindo com essa faixa etária, que compreende grande parte daquelas pessoas que hoje possui um poder aquisitivo, na medida do possível, justo, mas que ainda assim não contempla a aquisição do remédio, a segurança, a moradia e até mesmo a educação. Uma questão retratada - e foi pauta de uma discussão que tive com o Prefeito e com o Vice-Prefeito, Eliseu Santos -, foi justamente como integrar, como criar uma interface entre a área da saúde, da cultura, do desenvolvimento e aquelas pessoas que mais precisam de reconhecimento. Como Vereadores, cabe-nos dar a nossa atenção ao idoso, a atenção desta Casa, por se tratar da representatividade da sociedade de Porto Alegre nessa interface, nessa ação integradora dos diversos segmentos através do Conselho Municipal, através da FASC, do seu Programa de Atendimento ao Idoso, e através dos nossos mandatos parlamentares.

E faço aqui também, Ver. Márcio Bins Ely, um outro registro. Na tarde de ontem, foi pauta de discussão a questão do desarmamento, cujo referendo ocorrerá no dia 23 de outubro, quando estaremos definindo pelo “sim” ou pelo “não” da comercialização de armas no Brasil.

E quero sensibilizar aqui uma decisão uníssona da nossa Comissão, do Vereador-Presidente Ervino Besson, da Vice-Presidenta, Maria Celeste; da Verª Margarete Moraes, do Ver. Bernardino Vendruscolo, da Verª Clênia Maranhão e deste Vereador da importância de a Câmara Municipal de Vereadores assumir um papel frente à comunidade de Porto Alegre e não estar restrita apenas às salas de audiência aqui desta Casa, a necessidade que temos de mostrar a Porto Alegre que realmente nos preocupamos com relação a esse tema, que, antes de mais nada, tem um impacto severo na economia; dentre os Estados, o nosso será o mais atingido. E tem também a questão sentimental de sensibilizar a população pelo “sim” ou pelo “não” do comércio de armas.

Nós estamos propondo, encaminharemos à Presidência desta Casa, com a anuência de todos os Vereadores, em nome da Comissão de Direitos Humanos, de Direitos do Consumidor e de Segurança Urbana a necessidade de realizarmos uma Audiência Pública, se possível em ambiente externo, como é o ambiente integrador do domingo pela manhã no Brique da Redenção, onde faremos, através de palestras da Frente pela Legitima Defesa e da Frente pela Proibição do Comércio de Armas, uma instrução àqueles porto-alegrenses que por lá circulam de como devemos tratar esse assunto, porque é o nosso voto, é o nosso trabalho, é o nosso futuro que estarão sendo decididos a partir do dia 23 de outubro!

Então, eu peço não somente a concordância do Presidente desta Casa, da Mesa Diretora dos trabalhos, mas também dos Vereadores, para que possam nos auxiliar a formatar um belo plano de elaboração dessa Audiência Pública chamando as frentes, chamando o Tribunal Regional Eleitoral, tendo em vista o regramento jurídico imposto ao referendo, e, mais do que isso, convocando a população de Porto Alegre para que se atente ao fato de decidir pelo “sim” ou pelo “não” ao comércio de armas no Brasil. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos que acompanham hoje os debates, os trabalhos da Câmara Municipal e os que nos acompanham também na TVCâmara, queria, em primeiro lugar, Ver. Ibsen Pinheiro – havia lhe comentado, antes de subir à tribuna aqui -, lembrar, recordar e homenagear a data de hoje, da promulgação da Constituição Cidadã, Constituição de 1988, que teve, sob a presidência do Ver. Ibsen Pinheiro, a sua aprovação na Assembléia Constituinte.

Essa Constituição certamente é uma das mais avançadas que o nosso País elaborou por meio de uma grande luta política, a consagração dos direitos fundamentais que o regime militar havia, digamos, transgredido, os direitos sociais dos trabalhadores, a questão de que nós falávamos outro dia, Ver. Todeschini, do capítulo sobre a questão urbana, onde, pela primeira vez, uma Constituição colocou a função social da propriedade acima do direito privado, absoluto, individual sobre a propriedade, os direitos econômicos. Inclusive, naquele primeiro momento, em 1988, o monopólio do petróleo e tantos outros que, posteriormente, na era neoliberal, foram retirados da nossa Constituição. Então, eu creio que é uma data importante, pois foi um ponto de inflexão na retomada democrática e progressista do nosso País.

Em segundo lugar, nós queríamos registrar e parabenizar a Câmara dos Deputados, que, sob a direção do novo Presidente, Aldo Rebelo, retomou as votações, as deliberações, o seu trabalho depois de mais de cem dias de total paralisação e já colocou na previsão das suas votações a votação da Reforma Política, independentemente de as reformas políticas entrarem em vigor nas eleições de 2006 ou na eleição seguinte, procurando dar coerência a essa discussão que a crise política nos coloca. Falou-se muito sobre a questão da existência de caixa-dois, mas o Congresso nada fez para fechar as portas à corrupção.

Eu também queria registrar que o novo Presidente da Câmara, do Partido Comunista do Brasil, o qual nos orgulha, já tomou uma decisão, destacada pela imprensa, no sentido de barrar uma viagem de 20 Deputados Federais a Israel, onde teriam quatro dias de seminário e cinco dias de turismo religioso às custas do dinheiro público. Segundo dados levantados, haveria um custo para os cofres públicos de 234 mil reais apenas em passagens áreas, considerando uma viagem com duração de nove dias para 20 Deputados. Essas diárias, muitas vezes, chegam a valores astronômicos. Então, nós já temos uma idéia do que lá estava sendo preparado.

Por fim, já que se falou, Ver. Todeschini, sobre decisões da Justiça, eu queria dizer aqui que a Justiça condenou o ex-Secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Sérgio Amaral, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, durante o Governo FHC, a pagarem aos cofres públicos 4 milhões e 300 mil reais por usarem dinheiro de forma indevida, decisão da 22.ª Vara da Justiça Federal, do Distrito Federal. Então, é importante que a tanta verborréia demagógica nesta tribuna se contraponha a verdade, e a corrupção do Governo Fernando Henrique, a corrupção do Governo dirigido pelo PSDB, ainda que passados alguns anos, foi reconhecida pela 22.ª Vara da Justiça Federal. São 4,3 milhões de reais que o Sr. Sérgio Amaral, Secretário de Comunicação Social do Presidente FHC, e o Banco Nacional de Desenvolvimento devem devolver aos cofres públicos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queria neste momento resgatar algumas questões importantes acontecidas no nosso Município nesses últimos dias, referentes a áreas prioritárias, na nossa avaliação, para a nossa Cidade. Tive a oportunidade, na manhã de hoje, e também estava presente, representando esta Casa, a Verª Maria Celeste, de estar no Encontro Estadual de Conselheiros Tutelares. Eu faço questão de fazer esse registro, porque nós, militantes da defesa dos direitos da criança e dos adolescentes, sabemos o significado da instalação dos Conselhos Tutelares para a implantação das políticas de defesa da infância nesse novo conceito, construído a partir da Constituição de 1988 e da definição da legislação específica referente aos adolescentes e às crianças do nosso País, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Queria também trazer aqui uma informação que, inclusive, já saiu na imprensa, de que o nosso Município já está com a implantação do programa do Refis, do refinanciamento dos pagamentos dos tributos, do parcelamento do IPTU e do ISSQN. Eu queria fazer esse registro, porque a posição desta Casa foi uma posição extremamente responsável e fez com que pudesse ser construída, por meio de um debate político, a aprovação desse Projeto do Executivo num tempo rápido, possibilitando assim que o Governo cumprisse a sua missão e a sua proposta de gestão referente à recuperação fiscal da Prefeitura de Porto Alegre. Com isso os contribuintes têm a possibilidade de regularizarem as suas dívidas, de colocarem em dia a sua relação com o Executivo referentemente aos tributos.

Queria também registrar mais dois fatos que considero importantes, acontecidos na nossa Cidade. O primeiro é a posse dos novos Conselheiros do Conselho dos Idosos. E registro isso não apenas pela importância da solenidade, mas também pela pluralidade resultante do trabalho de integração das entidades de defesa dos direitos dos idosos, conjuntamente com inúmeras Secretarias da nossa Prefeitura, e também porque nesse ato foi reafirmada pelo Prefeito José Fogaça a preocupação com a criação de um fundo vinculado ao Conselho dos Idosos, o que, evidentemente, permitirá a implantação de políticas cidadãs para essa parcela extremamente importante da nossa sociedade.

E eu acho que também é importante que nós aqui venhamos a tomar conhecimento do importante Projeto, já em desenvolvimento nas nossas comunidades, intitulado “Cinema no Bairro”, que é uma possibilidade de descentralização das apresentações de cinema à população da nossa Cidade.

Acho que essas iniciativas, que são iniciativas advindas desse conceito das parcerias entre os poderes públicos e a sociedade de Porto Alegre, têm permitido a inclusão e a participação solidária de comunidades inteiras nas políticas da cultura, nas políticas de preservação dos direitos dos cidadãos.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente tem realizado sistematicamente uma agenda positiva nesta Casa com o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, bem como com o Conselho de Direitos e demais segmentos da sociedade organizados, com a temática de assistência social e educação, no sentido de esta Casa estar provendo a responsabilidade em especial com a questão do Plurianual, LDO e, daqui a pouco, com o Orçamento. Nós, desde o início, trabalhamos e buscamos a compreensão dos nobres Pares e hoje chegamos, com mérito, a 11 Parlamentares dos mais diversos Partidos, o que consideramos muito importante, porque, na medida em que essa pluralidade é colocada em prática, nós também podemos fazer com que o Executivo Municipal de Porto Alegre tenha, de fato, como prioridade levar em consideração a questão do ECA, estabelecendo com a sociedade civil o compromisso construído durante anos nesta Cidade, desde a implementação desse Estatuto. Dessa forma é que temos agido. Ontem nos reunimos com a FASC, com a SME, com o Conselho de Direitos e com várias outras instituições para discutir a questão da abordagem das crianças e adolescentes em situação de risco. A realidade que vemos hoje em Porto Alegre é que o número de crianças tem aumentado demais; hoje são 627 crianças, sendo que 30% delas são oriundas da Grande Porto Alegre, dos arredores, dos bolsões da nossa Capital aqui do Estado. A constatação a que se chega é que o grande problema neste momento é a descontinuidade do Executivo Municipal de Porto Alegre com as políticas estabelecidas anteriormente com relação à questão da abordagem. A chamada intersetorialidade não tem acontecido, e nós já fizemos uma denúncia desta tribuna, Verª Maria Celeste, como foi o caso do contrato assinado entre a FASC e o Círculo Operário de Porto Alegre, onde, desde abril, já estava sendo pago o aluguel que hoje está em torno de 45 mil reais, mas lá nenhum Projeto foi executado, até porque, desde a saída do Pastor Nilo, que era o então Diretor da FASC, depois exonerado de suas funções, havia solicitação para o rompimento daquele contrato.

O fato é que existe esse ônus com mau uso de verba pública. O Projeto não foi iniciado, Ver. Luiz Braz, nós fizemos uma solicitação, e de pronto o Presidente da CEFOR já marcou para o dia 18, às 14h, uma Audiência Pública em que, juntamente com o Ministério Público, com a FASC, com o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e com a Frente Parlamentar estaremos lá para juntos buscarmos soluções e, ao mesmo tempo, cobrarmos de quem de direito com relação a esse problema sério que estamos enfrentando aqui no Município de Porto Alegre.

Em relação à questão da pauta que nós realizamos ontem, na segunda-feira realizaremos uma reunião com os Vereadores da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, para chamarmos uma reunião com o Prefeito Municipal de Porto Alegre, bem como com os gestores executivos das Secretarias, também do DEMHAB, da própria SMED, da Saúde, para que, junto com a SME e a FASC, façamos uma reunião. Estamos pedindo à Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, para que nos ajude – tenho certeza de que, de pronto, ela vai nos ajudar - a construir essa agenda positiva para que os executores, não apenas os técnicos, estejam nessa reunião, para que lá possam acontecer decisões políticas em conjunto, porque quem sai perdendo com tudo isso são as crianças, os adolescentes e a cidade de Porto Alegre.

Dessa forma, Sr. Presidente, lembrando que nós gostaríamos - fora esse tema, e já com um grau de tolerância - de ver se até o final da tarde de hoje podemos resolver o espaço da Bancada do PSB de uma forma tranqüila e civilizada, já que a nossa Bancada hoje está ocupada por outro segmento. Eu sei que V. Exª está se empenhando para isso, é o que nós, da Bancada, esperamos deste Legislativo. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores e Vereadoras inscritos em Liderança.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero cumprimentar o Prefeito Municipal de Gentil, Sr. Alcenir Dalmagro. Sinta-se, Prefeito Alcenir, saudado pela Câmara Municipal de Porto Alegre. (Palmas.)

Está sendo providenciado e deverá vir à Mesa o Requerimento de consenso.

 

O SR. PAULO ODONE (Requerimento): Presidente, consensamos entre as diversas Bancadas para votar o Parecer do Sr. Relator da LDO, com destaque para seis Emendas, em bloco, e, depois, três Emendas para votarmos isoladamente e permitir o encaminhamento. Como está sendo elaborado pelo Legislativo, assumidas as assinaturas, eu pediria a V. Exª que tão logo isso feito nós tivéssemos um tempo para o Legislativo poder declarar a prejudicialidade de alguma ação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Certo.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, garantida a discussão, gostaríamos de já iniciar a discussão da LDO – PLE nº 011/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há nenhum problema. Nós vamos agora, portanto, iniciar a discussão geral da Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Mesa recebe inscrições.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5071/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 011/05, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para 2006 e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 a 93 e 100 a 126. Com Subemenda n. 01 à Emenda n. 15. Com Mensagem Retificativa.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa e das Emendas nos. 02, 03, 04, 09, 15, com Subemenda n. 01, 34, 37, 39, 40, 41, 48, 49, 76, 77, 78, 80, 89, 90, 91, 92, 93, 107, 108, 111, 112, 113, 122, 124, 125 e 126; e pela rejeição das Emendas nos. 01, 05, 06, 07, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 16 a 33, 35, 36, 38, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 50 a 75, 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 109, 110, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121 e 123.

 

Observações:

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da LOM;

- retiradas as Emendas nos. 94 a 99;

- incluído na Ordem do Dia em 28-09-05;

- discutiram a matéria os Vereadores L.Braz e J.A.Dib(cedeu p/L.Braz), em 03/10/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadores, a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem, para nós, um artigo que traz a garantia da essência de como compreendemos que deve ser montado o Orçamento, portanto, indicando suas diretrizes para essa montagem. Trata-se do art. 31. A distribuição dos recursos no Projeto de Lei Orçamentária obedecerá às seguintes prioridades, conforme decisão do Orçamento Participativo (Lê.): “... habitação, educação, saúde, assistência social, pavimentação, saneamento básico, água e esgoto cloacal, desenvolvimento econômico, tributação e turismo, saneamento básico, cultura, esporte e lazer, circulação e transporte, iluminação pública, áreas de lazer e saneamento ambiental”.

Esse artigo é, praticamente, o coração da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque ele dá para nós uma segurança importante, a segurança de que a lei que se seguirá a essas Diretrizes será uma lei que virá referendada pela ampla participação popular nesta Cidade, que virá legitimada pela discussão dos moradores, de quais as suas prioridades de investimento em termos de temáticas, mas, mais do que isso, de qual a hierarquia, dentro de cada temática, que cada região construiu no debate democrático, cidadão, difícil, negociado, mas, certamente, muito melhor do que qualquer decisão tomada nesta Casa por nós, Vereadores, que não temos esse acompanhamento sistemático do dia-a-dia das regiões, ou por decisão de técnicos.

Esse artigo, no entanto, precisa de alguns elementos que dêem garantia para que seja cumprido. E nós temos algumas Emendas ainda não acordadas, chamo atenção a uma delas, que extingue, suprime o art. 7º, porque o art. 7º, na verdade, desmoraliza a Lei de Diretrizes Orçamentárias, quando diz que a inclusão, a alteração, a exclusão de ações poderão ocorrer por intermédio da Lei de Diretrizes Orçamentárias anual de 2006 ou de seus créditos adicionais, apropriando seus respectivos programas às modificações conseqüentes. Não é possível que a Lei Orçamentária venha a modificar ações previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque não é à-toa que uma precede a outra; exatamente porque nós precisamos discutir diretrizes, firmar as diretrizes de Governo com essa leitura da Cidade, para que depois o Orçamento tenha diretrizes a cumprir. E parece que foi aprovada pelo Relator essa supressão. Inclusive quero aqui parabenizá-lo, Ver. Luiz Braz, com quem temos várias divergências, mas que também concordou que não é possível que estabeleçamos diretrizes, e que, depois, a Lei que deveria cumpri-las possa modificá-las. Isso pode pôr em risco uma diretriz importante, como a que li há pouco. Chamo a atenção que a nossa Lei de Diretrizes Orçamentárias tem uma série de anexos, e um deles nos preocupou por demais; fizemos o debate, foi o do valor previsto para gastos com pessoal. E quanto a isso temos uma preocupação muito grande de como isso se desdobra, por mais que tenha se justificado aqui que houve mudança em função da Previdência, em função do Tribunal de Contas, nós não queremos que isso seja um indicador de um arrocho salarial, numa redução de conquistas da categoria dos Municipários. Nesse sentido, eu coloco aqui a nossa posição de Bancada, que é contrária ao envio que o Executivo fez a esta Casa de um Projeto de Lei relativo aos Municipários, que traz exatamente as propostas que o Governo apresentou a eles e foi rejeitado em várias assembléias da categoria. Então, não dá para aceitar que o foro legítimo, decisão que é entre Municipários e Governo, se desloque para cá, desrespeitando esse diálogo que tem de acontecer e chegar a um consenso. Nesse sentido, a LDO nos preocupa, porque na questão de pessoal apresenta uma redução importante e uma ampliação em terceirização, que precisa ser de acompanhamento e de efetiva participação dos funcionários municipais. A Lei enviada para cá não demonstra que o Governo pretende respeitá-los.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, quero falar rapidamente aqui, discutindo o Relatório e a LDO. Nós, na reunião que tivemos no Plenarinho, discutimos algumas opiniões e Emendas que tínhamos, já fizemos uma apreciação geral do Relatório, entendemos que é um Relatório consistente, um bom Relatório na sua essência.

Nós tínhamos três Emendas: nº 82, nº 83 e nº 84. As Emendas nºs. 82 e 83 referem-se ao art. 7º da LDO, que, na verdade, afirma que as ações constantes do PPA poderão corresponder, na Lei Orçamentária, aos projetos, atividades e operações especiais; mas, Verª Sofia, a Lei Orçamentária Anual é subordinaria ao Plano Plurianual, então não é uma questão de que poderão, Ver. Oliboni, elas deverão, não é isso? Então, era esse o conteúdo da nossa Emenda: criar uma correta hierarquia.

Em segundo lugar, com relação à Emenda nº 83, nós eliminávamos o parágrafo único, que afirmava que a inclusão, alteração ou exclusão de ações poderá ocorrer por intermédio da Lei Orçamentária Anual ou de seus créditos adicionais, apropriando-se aos respectivos programas as modificações conseqüentes. Nós também entendíamos que isso era um poder demasiado dado à Lei Orçamentária, que tem que se subordinar ao Plano Plurianual e à LDO, e nós excluíamos o parágrafo único. Porém o Relator houve por bem acatar a Emenda, se não me equivoco, nº 113. E a Emenda nº 113, sumariamente, elimina o todo art. 7º. Ao eliminar o art. 7º, resolve o problema e não causa prejuízo, porque ela já está no Plano Plurianual através do art. 6º. Apesar de nós termos manifestado contrariedade, naquela ocasião fizemos um acordo com o Governo, porque havia um artigo pior ainda. E ele já está aí, não há por que estar na LDO.

Negociando há poucos minutos novamente com o Secretário Portella, com o Ver. Odone, com a Verª Clênia, houve um entendimento de retirar o destaque ao Relatório, dado que tinha aprovado a Emenda nº 113. Portanto, parece-nos correto. E nós, por isso, retiramos o nosso destaque às Emendas nº 82 e nº 83, porque consideramos totalmente resolvido através da Emenda nº 113, que foi acolhida pelo Relator.

Por fim, a outra Emenda que nós tínhamos feito, e que o Relator não havia aceitado, e para a qual nós havíamos pedido destaque, é uma Emenda que amplia a descrição dentro do Programa Receita da Saúde é Saúde, quando trata de ampliação e reforma dos pronto-atendimentos, nós acrescentamos "com atendimento 24 horas", porque ampliação do atendimento pode ser só uma ampliação física. E nós vimos lutando nesta Casa - viu, Ver. Goulart? -, para que nós tenhamos mais postos 24 horas, porque há um número muito pequeno na Cidade. E através dessa Emenda nós garantiríamos, Verª Maristela Maffei, pelo menos quatro postos de pronto atendimento 24 horas nos quatros anos.

De toda forma, o Governo nos ponderou que essa Emenda pode ser feita na Lei Orçamentária, porque é uma Emenda em uma ação, e nós, com o compromisso firmado pelo Governo de acolher essa nossa proposta, decidimos retirar o destaque a essa Emenda.

Portanto, queremos dizer que, dentro de um acordo mais amplo que foi feito na Casa, nós acompanharemos esse acordo que me parece, no essencial, foi construído; e da parte das Emendas deste Vereador, nos sentimos contemplados seja com compromisso do Secretário Portella de, na Lei Orçamentária, podermos corrigir a questão do atendimento 24 horas, seja na questão do art. 7º, que será derrubado com o acordo do próprio Governo. Era essa a questão que nós queríamos trazer ao Plenário. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha pelo canal 16, creio que é de extrema importância nós elencarmos aqui algumas proposições apresentadas como Emendas na LDO, que, por sua vez, algumas delas já estavam contempladas no PPA - Plano Plurianual. Tínhamos o entendimento de que, uma vez aceita no PPA, não havia necessidade de elencar novamente como diretriz na LDO. Nós nos reunimos hoje, pela manhã, com o Secretário e com as Lideranças do Governo, e ficou aqui acordado que para a maior parte dos programas já elencados ali poderão ser direcionados recursos na Lei Orçamentária em breve, quando ela chegar a esta Casa. Foi por isso que nós aceitamos a sugestão do nobre Relator, Ver. Luiz Braz, que vetou inclusive um grande número de Emendas, talvez tenha o mesmo entendimento de que, uma vez elencada como diretriz ou como ação, nós simplesmente direcionamos, logo ali, quando vem a Lei Orçamentária, o recurso destinado para tal ação. Vou citar exemplos: a questão do pronto-socorro da Zona Sul, que já tem como diretriz uma ação; a questão de uma das Emendas que eu apresentei de oito canchas poliesportivas, inclusive uma delas ligadas aos PPDs, também com um custo muito baixo, pode ser contemplado o segmento e como atividade, diretriz; eu poderia citar aqui também a questão dos pacientes esquizofrênicos, que vêm há muito tempo lutando com o aumento das passagens para esse segmento e que, por sua vez, já tem o apoio da COSMAM; também outras ações voltadas às atividades de bairro, ligadas à educação, à saúde, e que tivemos o entendimento do nobre Secretário de que poderemos, logo ali adiante, destinar recursos para tal.

Queria lembrar que o Vereador está aqui, porque ele é uma extensão da comunidade, ele é uma extensão das discussões que se passam na Cidade, e, por isso, as Emendas apresentadas pelo grande número de Vereadores são, sim, uma forma de poder fazer a interlocução com o Legislativo, e o Executivo está oportunizando que na Lei Orçamentária contemplemos, por mais simples que sejam, os segmentos que estão reclamando.

Poderia dizer aqui, por exemplo, que os PPDs ... e recentemente foi criada uma Secretaria, que reclamam que não tem orçamento próprio, que não tem uma destinação para, por exemplo, ter disponível um equipamento, que pode ser até uma cadeira de rodas, mas que não há recursos para destinar tal atividade, tal ação ou tal instrumento.

É importante que na Lei Orçamentária possamos, além dos programas contemplados e existentes como diretrizes, direcionar recursos para esses programas.

Estou convencido, e o Secretário nos deu a segurança disso, de que, na Lei Orçamentária, poderemos contemplar todas as sugestões trazidas pelos segmentos, assim como iniciativas populares. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, neste momento em que estamos discutindo a LDO e, mais especificamente, as suas Emendas, inclusive levando em consideração aqui a presença do Executivo Municipal, soubemos que já houve algumas reuniões. Agora dialogávamos com o Secretário Portella, e concordando no sentido de que algumas Emendas, segundo acordo, possam ser discutidas lá na questão mais orçamentária, porque é de lá que vamos avaliar cada situação e onde será aplicada a Lei Orçamentária.

Não posso deixar de me referir a duas questões aqui da tribuna. Uma, citada pela Verª Sofia Cavedon - é necessário repetirmos -, até porque não é possível que além da perda da bimestralidade pelos municipários – talvez definitivamente, porque não há previsão -, no conjunto ainda venham a perder 30% nos valores de pessoal. É algo que queremos destacar e enfrentar politicamente, porque o ônus é muito grande, as perdas são imensas e nós sabemos o impacto que isso acarretará na categoria dos municipários.

Também o Ver. Raul Carrion citou a área da Saúde, da qual retirou uma Emenda de sua autoria, Emenda essa que criaria quatro postos 24 horas. É bom lembrar que durante todo o período eleitoral esses postos de saúde 24 horas eram ditos como compromisso do atual Prefeito municipal. Agora um Vereador tem de fazer uma emenda orçamentária para aumentar os postos 24 horas? Uma coisa é fazermos uma discussão aqui, acordarmos determinadas situações, ou será necessário trazermos as propagandas eleitorais do que era dito quanto à criação dos postos 24 horas?

Então, senhoras e senhores, é lamentável, mas ainda possível. Por isso, quero protagonizar, junto com o Ver. Raul Carrion, essa discussão com o Governo Municipal, porque, mais uma vez, teremos de fazer emendas para que a população de Porto Alegre não seja prejudicada.

Então, atenção, senhoras e senhores! O povo de Porto Alegre é inteligente, tem memória. Atenção! Vejam o que está acontecendo. Nós teremos de fazer emendas para a área da Saúde, para colocar em execução, inclusive, aquilo que foi dito nas propagandas eleitorais e que não está previsto. Portanto nós estamos atentos, sim. E nós vamos cobrar, Ver. Aldacir Oliboni, que tem um excelente trabalho na área da Saúde, estaremos juntos nesta fileira para cobrar do Executivo Municipal o cumprimento do que foi dito numa campanha eleitoral. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni, nobres Pares, quero aqui trazer um outro tema, um que compõe o conjunto de peças da LDO, que trata do Previmpa, e do necessário cálculo atuarial para referendar o que foi comprometido, pactuado nesta Casa ao discutirmos, no ano de 2004, a modificação da alíquota que os servidores deveriam pagar, contribuir. O calculo atuarial apresentado aqui indica a necessária aplicação dos 11%, que passaram a viger exatamente no mês de setembro deste ano, numa construção extremamente atritada com o funcionalismo, numa construção que vinha de uma imperiosidade, que era a reforma da Previdência, sobre a qual temos críticas quanto ao processo de reforma da forma como foi feita, muito apressada, sem discussão com o conjunto das categorias dos funcionários públicos deste País. Achamos que o Governo Lula tinha que fazer essa discussão, inclusive, conectada às propostas de redistribuição de renda e desenvolvimento neste País, num pacto social de transformação da atual concentração de renda. Achamos que não aconteceu isso, porque, certamente, o conjunto do funcionalismo neste País, numa discussão mais integral, teria tido abertura para passar a contribuir com a Previdência. Se essa medida tivesse uma repercussão social importante, se estivesse acompanhada de outras medidas saneadoras da Previdência, dos desvios dos recursos da Previdência e tivesse um processo de amadurecimento e de construção ... Mas, diante dessa imperiosidade, nosso processo em Porto Alegre foi ímpar. Nós vínhamos de um Montepio dos Funcionários Municipais sem nenhuma transparência, faziam descontos importantes dos funcionários e garantiam apenas pensões, e apenas 75% das pensões. Até hoje, o patrimônio - não do extinto Montepio, mas das suas funções de previdência - está sendo disputado na Justiça por inúmeras pensionistas que buscavam os seus direitos à integralidade. Corrigimos isso no debate com os funcionários, constituímos um instituto próprio de previdência, que foi fundamental para proteger a aposentadoria, para garantir a aposentadoria integral dos nossos funcionários e garantir o conjunto de vantagens que eles incorporaram na sua carreira. O Previmpa, no entanto, dizíamos, para se tornar sustentável, precisava ter uma contribuição mais significativa. Quando da criação do Previmpa, construímos uma alíquota negociada, simbólica quase, de 4,75% que os funcionários contribuíam para o nosso antigo Montepio; passaram para 6,75 %, e passamos a constituir um fundo próprio. E o processo de discussão dos 11%, que eram para nós, pela nossa compreensão, imperiosos pela Constituição, foi extremamente desgastante, em que nós tivemos aqui uma mobilização dos municipários, liderada por um dos seus líderes, o atual Presidente do Previmpa, que dizia que mais do que 9% era confisco e que não era necessário. Mas apresenta hoje o Governo - portanto, esse mesmo senhor, atual Presidente do Previmpa - um cálculo atuarial que diz que são necessários os 11%. E é preciso que se registre isso aqui, porque o movimento dos funcionários foi enganado e foi instrumentalizado para fazer disputa político-partidária por este senhor e por outras lideranças que agiram de forma antiética, que levaram bandeiras antiPT, iludindo e enganando os funcionários; levando bandeiras incorretas, equivocadas, e hoje aqui demonstrado está que era necessário e imperioso - o Governo negociou e parcelou a incorporação dos 11%. Os funcionários não sentiram de chofre, tiveram a incorporação dos 11%, parceladamente. Mas a história há de colocar no lugar quem discutia em nome da dignidade dos funcionários, da preservação das suas aposentadorias, da saúde financeira do Previmpa, e assim é que construía estas alíquotas e que afirmava que os cálculos que tínhamos na época inclusive indicavam valores maiores, para que ele se tornasse saneável. Então é importante que esse cálculo venha para cá, mas que os municipários saibam que foram utilizados, em muitos momentos, para uma disputa partidária, e não de quem tinha compromisso, de fato, com a categoria, com a sua aposentadoria e com a garantia de seus direitos.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadoras e Vereadores, tal qual nós discutimos no PPA, na nossa Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós queremos enfatizar a importância de que haja efetivamente o cumprimento de tudo aquilo que consta na Lei, porque na verdade, quando nós falamos do Plano Plurianual, nós normalmente esquecemos que votamos uma lei, cujas metas, cujas ações aqui decididas devem ser cumpridas, devem estar vinculadas atualmente à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Portanto, mais importante agora será o debate sobre a Lei Orçamentária, porque ela tem que vir amarrada exatamente a essas diretrizes. Nesse sentido, quem decide e quem, por óbvio, tem de arcar com as conseqüências é o Executivo.

Eu optei, por exemplo, por não fazer um conjunto de emendas. Poderia ter feito, assim como fiz algumas no Plano Plurianual, porque eu acho que, de um modo geral, pegando a área de desenvolvimento econômico, eu vejo que há possibilidades de trabalhar melhor o Orçamento, como já se trabalhou em outras épocas, com maiores dificuldades inclusive.

Eu acho que o debate sobre a Cidade, sobre arrecadação, sobre os gastos não se esgota nessa Lei, mas sim na observação diária do Diário Oficial, naquilo que está sendo operado no cotidiano. Para verificar, Ver. João Dib, se o dia-a-dia da Prefeitura se adequa efetivamente àquilo que está no Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias. É por isso que eu pretendo seguir pari passu, como tenho seguido em outros momentos, para fazer a verificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Eu verifiquei que acaba de chegar na Casa um conjunto de legislações que começa a mexer com questões do funcionalismo, com funções gratificadas, que me parece que começa a se chocar com a tradição da Prefeitura e começa a ter contradições com o que nós estamos aprovando.

Nós aprovamos recentemente um Refis e, quem sabe, com uma atividade militante da Prefeitura e com um amplo debate público que nós devemos fazer – porque de nada adianta aprovar uma lei aqui e fazer um pequeno anúncio, se isso não for discutido nas comunidades, nas reuniões; e aí os Secretários precisam sair de seus gabinetes e irem ao encontro das comunidades –, nós não teremos uma grande arrecadação de IPTU. Será que nós não deveríamos ir ao encontro da OAB, do Conselho Regional de Engenharia, do Instituto dos Arquitetos e de outras instituições, grandes prestadores de serviços, mesmo que sejam indivíduos, e fazer um pente-fino e conseguir arrecadar mais e mais? Talvez daí nós teremos condições inclusive de cumprir, efetivamente, o que foi apontado no Plurianual e que agora está delineado na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não vamo-nos pautar por discussões intermináveis aqui em cima de uma ou outra emenda. Nós queremos acompanhar o todo e dentro do todo fazer a fiscalização. Esse é um dos papéis fundamentais dos Vereadores. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE n.º 011/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero discutir a LDO e fazer algumas considerações a respeito do que significou para nós esta Lei e, sobretudo, o Parecer do Relator, Luiz Braz.

Nós fizemos algumas Emendas e ficamos extremamente preocupados com o seguinte aspecto: as metas que já haviam sido aprovadas no PPA não apareceram em alguns programas e em alguns Projetos na LDO. Nós fizemos oito Emendas com esse sentido, apenas de alteração, de adequação ao PPA e ficamos extremamente preocupados quando percebemos a redução dessas metas anualmente daquilo que nós já tínhamos aprovado no PPA e daquilo que o Governo aceitou nas propostas feitas nas mais diversas áreas aqui discutidas.

Trago um exemplo, o SASE Travessia, que a proposta do PPA era de 600 metas, passa nesta LDO apenas 225 Emendas anualmente.

Então, os Vereadores desta Casa cumprem um papel fundamental ao analisar, ao verificar cada uma das propostas apresentadas nesta LDO. Embora a metodologia neste ano tenha sido mudada, embora o aspecto jurídico da lei apresentada tenha sido mudado. Mas nós estamos atentos, nós estamos vigilantes na execução daquilo que o Governo propõe como meta e que já havia sido aprovado na Lei maior, que é o PPA, e que retorna para a LDO em defasagem àquilo que nós já havíamos aprovado.

Também é verdade que muitas Emendas foram rejeitadas, inclusive pelo Relator, com o argumento de que os Vereadores não podem criar ações na LDO, não podem criar programas. No entanto, se nós formos pegar o corpo da Lei, no art. 16, o Executivo cria uma ação nova, que sequer constava no PPA, que é a inclusão de uma rede de atendimento aos PPDs e surdos no Programa Gurizada Cidadã. Concordamos, entendemos, acatamos. Agora, não dá para aceitar o argumento do Governo de que os Vereadores não podem criar programas e projetos, se, no próprio corpo da Lei, o Governo cria um projeto totalmente novo, que sequer constava no PPA.

Além disso, também foi incluído na LDO o que não estava previsto no PPA. E exemplo disso, como nós vemos no art. 15, é também a questão dos encargos sociais. Instalou-se uma nova forma, uma nova metodologia em relação à LDO no Município de Porto Alegre, quando, por meio da LDO, se criam ações, programas, projetos que não constavam no PPA.

Eu, de fato, não sei como que a Diretoria Legislativa vai resolver essa questão na Redação Final desta proposta que o Executivo traz. Procuramos, a nossa Bancada, com muita responsabilidade, como fizemos no PPA, estabelecer um debate político, legítimo desse espaço democrático em cima dos interesses da nossa Cidade. Nós não abrimos mão disso. Fizemos isso no PPA, estamos fazendo na LDO e o faremos no Orçamento, porque esse é o direito legítimo de cada Vereador, de cada Vereadora da cidade de Porto Alegre.

Com muita responsabilidade, Ver. Luiz Braz, acatamos diversas propostas que V. Exª sugeriu para as nossas Emendas, para os Pareceres, aprovados ou rejeitados, porque nós temos sobretudo um compromisso com a cidade de Porto Alegre em relação à LDO. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Diretor Administrativo da Fundação de Proteção Especial do Governo do Estado, o Sr. Luiz Fattini, um companheiro de longa data do meu Partido, faleceu na tarde de hoje. Eu estou justificando a minha saída, para ir até o bairro Belém Novo, tendo em vista que o velório será até às 18h30min, 19 horas, pois o sepultamento ocorrerá em Santa Catarina. Então, eu estou justificando a minha saída em razão desse lamentável acontecimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Sebastião, eu gostaria que V. Exª representasse a Câmara nas exéquias ao ex-Diretor Administrativo.

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Eu solicito a V. Exª um minuto de silêncio por este cidadão, por sua história, por sua trajetória como um grande homem, um grande líder, um grande personagem, o qual a nossa querida Porto Alegre está perdendo no dia de hoje.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PAULO ODONE (Requerimento): Sr. Presidente, nós estávamos - e a Diretoria Legislativa está finalizando - compondo o nosso acordo. Eu pediria a V. Exª cinco minutos de interrupção da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há nenhum problema. Só encerro a discussão.

 

O SR. PAULO ODONE: Não, não pode encerrar, Presidente, pois há os Requerimentos antes.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós não vamos, portanto, em face de questões relacionadas com o Regimento, encerrar a discussão.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente, eu quero agradecer a presença do Secretário Portella, que, podemos dizer, num fato inédito, ouviu todas as Bancadas durante dois dias. E a Verª Maristela está me perguntando se não era assim. Não era, Vereadora, não era, posso lhe afirmar que não era. Eu achei isso um grande avanço, na realidade, porque todas as Bancadas foram ouvidas. O Ver. Luiz Braz ontem teve a possibilidade de expor o seu Relatório; o próprio Executivo e a Comissão já haviam acolhido o Relatório do Ver. Luiz Braz, e, de forma democrática, houve algo, Secretário Portella, que eu quero trazer a público, que foi um grande avanço do Governo: vir discutir com a totalidade dos 36 Vereadores, dando a oportunidade para que cada um pudesse discutir a sua Emenda - aceitá-la ou não é uma outra história -, mas ele teve a oportunidade de discutir com o Governo os porquês de as suas Emendas terem sido aprovadas ou não. O Ver. Luiz Braz colocou a metodologia que norteou o seu Parecer e fez questão de dizer que a metodologia utilizada foi baseada nos princípios constitucionais, e nem poderia ser de outra maneira. Alguns me perguntaram esses dias: “Garcia, agora que tu estás no PPS, recentemente tu disseste que não darias um cheque em branco para o Prefeito Fogaça.” Repito e faço questão de dizer desta tribuna que não daria, realmente, dez por cento de verba de suplementação. Colocamos uma Emenda de 4%, foi acolhida pelo Ver. Luiz Braz, e foi rejeitada uma Emenda do Ver. Comassetto, de 4,15%. Ora, o que é que foi feito? Vimos que a média, no último Plano Plurianual, dos quatro anos, era 4,15%. O que fizemos? De forma coletiva construímos isso. Solicitamos destaque na Emenda já aprovada pela Comissão; o próprio Ver. Luiz Braz, como Relator, concordou com o destaque; este Vereador, como autor da Emenda, também concordou, e vamos fazer um esforço que vai ser comum, tenho a certeza, de colocar 4,15%, uma Emenda do Ver. Comassetto, para também dizer que o que nós queremos, cada vez mais, é promover o diálogo. Muitos poderiam dizer: “Mas é 0,15%!” Para os senhores e as senhoras saberem, 0,15% significa, na realidade, que estamos autorizando o Governo Municipal a ter mais três milhões e meio de reais por mês. Então, de forma fraterna, faço questão de fazer essa discussão, porque pontuei todas as situações da Lei de Diretrizes Orçamentárias; fomos autor dessa Emenda. Enquanto vinha do Executivo uma proposta de 10%, eu disse que não poderíamos autorizar 10%. Dez por cento são 215 milhões de reais. Não! Fizemos uma Emenda de 4%, vamos aprovar 4,15%, para contemplar a visão da Bancada petista, mas, ao mesmo tempo, o que nos conforta? Se o Governo precisar de suplementação de verba, ele vai enviar a esta Casa novos projetos, e eu tenho certeza de que teremos condições de acolher, com toda a tranqüilidade, os projetos que vierem em benefício da sociedade porto-alegrense. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães, eu queria fazer uma comunicação que acho de regozijo para a nossa Casa. Recebi a informação de que estaria sendo realizada hoje a audiência na Justiça do Sarandi que seria instrução e julgamento do Pedido de Reintegração de Posse da Vitória da Conquista, que poderia significar o despejo de 700 famílias. Houve toda uma negociação com Brasília, com o Rio de Janeiro, e a audiência foi suspensa até o mês de março, fruto de uma série de fatores jurídicos, digamos assim. Mas nós ganhamos um tempo para construir essa solução. Então, acho que isso é importante, porque é um trabalho que a nossa Casa vem fazendo.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Feita a comunicação.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE n.º 011/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, público que nos assiste na discussão geral da Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós apresentamos um conjunto de Emendas, no sentido de qualificar a LDO e podermos construir as diretrizes. O que o Plano Plurianual construiu? As grandes metas, as grandes diretrizes, os programas e algumas ações, mas, para nós construirmos a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias -, nós temos que qualificar quais são as diretrizes desses programas e dessas ações. Portanto, nesse campo, apresentamos um conjunto de medidas. E eu quero fazer um registro, porque discutimos com o Governo durante todo o dia de hoje, e há um tema, por exemplo, as vias estruturadoras, que é um grande Programa. Mas quais são as ações concretas e quais são as diretrizes da Cidade para definir essas vias estruturadoras? No nosso conceito, isso já deveria estar incluído na Diretriz Orçamentária, tanto que este Vereador apresentou, por exemplo, duas Emendas para elaboração do Projeto de duplicação da Av. Vicente Monteggia, Ver. Ervino Besson, lá da nossa Região, bem como o Projeto de duplicação da Av. Edgar Pires de Castro, da continuação da Av. Juca Batista até a Restinga. O que o Governo alega e coloca como acordo nesse momento? Que esse é um tema para a Lei Orçamentária. Queremos registrar que respeitamos a opinião do Governo, mas entendemos que não haveria nenhum prejuízo se nós já identificássemos essas diretrizes de projetos para a Cidade. Mas, como fizemos esse acordo aqui com o Secretário Portella, com o Líder do Governo, Ver. Paulo Odone, nós, no próximo passo, na Lei Orçamentária, queremos concluir essa elaboração, para garantir que esses Projetos se tornem realidade para os próximos anos, obviamente.

No mesmo tema apresentamos, no Plano Plurianual, por exemplo, projetos de qualificação da orla, Ver.Garcia - e o senhor sabe que fomos autores desses projetos no Plano Plurianual -, com marinas públicas e/ou outros equipamentos náuticos para Belém Novo e Lami. O Ver. Paulo Odone, juntamente com este Vereador, apresentou projetos de emendas para definir e qualificar. Não entraram na LDO, mas o Governo tem o compromisso de contemplar no documento que vem agora no Orçamento de investimento para 2006.

Ver. Goulart, Ver. Oliboni, da mesma forma, a questão do Hospital Geral da Restinga, porque, na LDO, veio como Projeto para 2006, zero. E este Vereador, juntamente com o Ver. Dr. Goulart, temos que garantir na LDO – e já está garantido – que se inicie a obra do Projeto em 2006. Da mesma forma, Ver. Oliboni, o pronto-socorro da Zona Sul.

Para concluir, eu quero fazer uma afirmação: quando subimos aqui nesta tribuna como Partido dos Trabalhadores e como oposição, que tende e busca a qualificação da Cidade, temos a clareza e a postura de que Projetos como esses, como o Centro de Eventos de Atividades da Vila Nova, que aprovamos no Plurianual e que não foram contemplados, estão novamente resgatados, para que nós, o conjunto dos Vereadores, através do contraditório e da qualificação, façamos com que se tornem realidade, além de leis que venhamos a aprovar. Portanto, a posição do Partido dos Trabalhadores e deste Vereador, no conjunto de Emendas aprovadas, é de assumir o compromisso aqui, sim, de, no próximo passo, não deixar esquecer e efetivar o compromisso que acordamos hoje de vir recursos de investimento para todos esses itens que qualificam a Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo os seguintes Requerimentos: de autoria da Verª Clênia Maranhão, solicitando a retirada de destaque da Emenda nº 113; de autoria do Ver. Sebastião Melo, solicitando a retirada de destaque da Emenda nº 123; de autoria do Ver. Mario Fraga, solicitando a retirada de destaque das Emendas nºs 28 e 29; de autoria do Ver. Professor Garcia, solicitando a retirada de destaque da Emenda nº 01; de autoria do Ver. Ervino Besson, solicitando a retirada de destaque das Emendas nºs 08, 18, 19, 20 e 21; de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando a retirada de destaque das Emendas nºs 82, 83 e 84; de autoria da Verª Neuza Canabarro, solicitando a retirada de destaque das Emendas nºs 65, 66, 68 até 75, todas ao PLE nº 011/05.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Há pouco, o Presidente desta Casa, o Ver. Elói Guimarães, acabou de ler várias Emendas cujos destaques foram retirados por praticamente todas as Bancadas. Mas eu quero aqui destacar, em cima dos destaques das Emendas, a grandeza do nosso Prefeito José Fogaça, por ter enviado a esta Casa um Secretário que sentou com todas as Bancadas de uma forma leal, de uma forma transparente, e discutiu de uma forma muita clara as Emendas que os Vereadores destacaram, inclusive deste Vereador. E nós entendemos perfeitamente que era viável a retirada do destaque, porque essas Emendas já tinham sido contempladas no PPA. Portanto, sem dúvida nenhuma, quem ganha com isso é a cidade de Porto Alegre; com essa forma transparente, com essa forma leal, é assim que se faz política. É isso que a Cidade espera do trabalho dos seus verdadeiros, legítimos representantes, que somos nós, os 36 Vereadores e Vereadoras.

Portanto, em nome da Bancada do PDT, incluo também na Bancada do PDT o nosso Secretário, que nos honra muito aqui com a sua presença, o Secretário de Esportes, Sr. João Bosco Vaz, e o Secretário Portella, que está aqui conosco... Outros Vereadores também aqui destacaram, como foi o caso do Ver. Garcia, a forma como a Prefeitura está tratando os nobres Vereadores - com muita clareza, com muita harmonia -, sentando à mesa e mostrando que os Vereadores não teriam prejuízo, muito menos a comunidade, com a retirada de destaque das Emendas. Nós retiramos o destaque, porque nós vamos ter outra oportunidade, no Orçamento, para incluir essas Emendas, inclusive com valores.

Quero aqui parabenizar o Paulo Odone, a Clênia, enfim, o grupo que fez esse belíssimo trabalho, juntamente com todas as Bancadas, pois eu acho que todos os Vereadores estão satisfeitos, sem dúvida nenhuma. Como já disse, foi um ato de grandeza, ato de conhecimento, e quem ganha com isso é a Casa, a Casa onde nós somos representantes da cidade de Porto Alegre, que também ganha com esse ato de grandeza.

Portanto, fica aqui, ao Portella, ao Paulo Odone, à Clênia, enfim, a esse grupo que fez esse belíssimo trabalho, fica aqui o nosso reconhecimento em nome da Bancada do PDT. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, eu tenho a oportunidade de discutir a LDO, neste momento, e queria iniciar fazendo uma saudação ao Secretário João Bosco Vaz, que está no plenário, aproveitando a oportunidade para desejar boa sorte nas suas atividades junto à Secretaria de Esportes. Queria começar discutindo o mérito da LDO, sustentando uma manifestação de apoio, especialmente ao art. 31 da proposta encaminhada pelo Prefeito à Câmara, porque ela, a meu juízo, é um elemento que estrutura a relação do Executivo com a Câmara de Vereadores no que diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Isso porque o art. 31 garante a distribuição dos recursos no Projeto de Lei, e a distribuição de recursos vai obedecer às prioridades definidas pelo Orçamento Participativo. É algo de muito relevante o que está acontecendo, na medida em que, nos últimos 16 anos, houve nesta Casa uma polêmica intensa e muito forte que exatamente contrapunha, de parte da então oposição, as decisões e construções do Orçamento Participativo a uma suposta supremacia, vamos dizer assim, ou a uma suposta assunção do Orçamento Participativo sobre as decisões e as prerrogativas constitucionais dos Vereadores. O Orçamento Participativo seria então uma forma de diminuir o poder, ou, como alguns mais radicais diziam, até mesmo uma forma de evitar ou acabar, no futuro, com a democracia representativa, com o Parlamento.

Felizmente, nesses 16 anos, o debate amadureceu na Cidade, a cidadania de Porto Alegre, no exercício das suas prerrogativas, Ver. Ervino Besson, fez com que a oposição, que nos 16 anos criticou contundentemente a prerrogativa do OP de deliberar sobre a execução orçamentária e como vão ser destinadas as obras, testemunhasse um amadurecimento efetivo e democrático na Cidade, especialmente a partir da eleição, do discurso do então candidato José Fogaça.

Eu não quero, com isso, criticar a oposição, mas saudar esse amadurecimento político que o debate intenso produziu nesses 16 anos, e me parece que ele está aqui sacramentado no art. 31.

Quero também chamar a atenção de que nunca faltou o debate do Parlamento – eu queria, neste caso, reivindicar o testemunho de todos os Vereadores –, porque dezenas de Secretários praticamente acampavam na Casa nos períodos que antecediam à LDO, e discutia-se intensamente a LDO. Agora, Ver. Ervino Besson, que ouve atentamente este pronunciamento, Ver. Braz, eu chamo a atenção, até porque nós teremos outros três anos com o atual Governo: com 400 Emendas, como havia na Lei de Diretrizes Orçamentárias anterior, em que praticamente todas elas dizem respeito a obras, se as observarmos aleatoriamente, aqui todas praticamente dizem respeito a obras, era impossível estabelecer um diálogo, era impossível estabelecer um acordo que tivesse uma base comum, porque vejam, senhoras e senhores, nós éramos convencidos de que a decisão sobre obras deveria seguir aquela que era decisão do Orçamento Participativo. Portanto, nós não poderíamos fechar acordo em Emendas que tinham obras como proposta. Vejam que havia uma contradição, nós defendíamos um princípio e não a idéia de negativa do poder da Câmara sobre o tema. Por isso que 400 Emendas, Ver. Paulo Odone, eram impossíveis de ser negociadas, e quase todas elas com obras. Parece-me que a proposta do Prefeito, no seu art. 31, que garante a prerrogativa e o reconhecimento de parte do Executivo Municipal das definições de obras do Orçamento Participativo, estabelece um patamar de acordo que nos serve, porque era o patamar de acordo que nós propusemos nesses 16 anos, mas, lamentavelmente, uma vez que o debate político não amadureceu no período, não foi possível. Então, vejam, quero concluir com isso, parece-me que há... E temos de reconhecer isso, e acho que a oposição também precisa reconhecer de outro lado, porque assim nós estabelecemos um outro patamar, como ponto de partida para o debate, é um avanço.

Agora eu queira reivindicar aqui, recuperar o discurso da Verª Sofia Cavedon num tema fundamental que durante três anos, pelo menos, foi objeto de intensíssimo debate entre Executivo, Câmara e funcionalismo, que é a questão do cálculo atuarial do regime previdenciário próprio; parece-me que esse tema merece discussão. Nós não vamos mudar de opinião, Ver. Besson, sobre o tema, mas é importante que hoje o Presidente do Previmpa, que subiu a esta tribuna e liderou um luta sem quartel contra a alíquota de 9%, dizendo que aquilo era seqüestro de recursos dos funcionários, assine hoje o encaminhamento a esta Casa de 9%; ou, acho que é natural que ele mude de opinião, ele deve também dizer humildemente e reconhecer que os três anos de discurso que fez estavam equivocados, e aí nós podemos discutir, porque todo o mundo tem direito a errar, mas não tem direito de liderar, durante três anos, lutas, dizendo que 9% era seqüestro, e agora, na condição de Presidente do Previmpa, dizer que não é mais seqüestro, agora é justiça! Convenhamos que alguém foi enganado ou alguém estava enganado, e eu espero que alguém tenha sido enganado.

Quero dizer uma frase, se o Presidente me permitir a gentileza, é que me chamou muito a atenção a idéia de que vai haver um plano municipal de estímulo a empreendedores ambientalmente corretos. Parece-me que isso é uma mudança radical na política pública que dizia respeito a garantir, pelo licenciamento ambiental, que todos os empreendedores estivessem ambientalmente corretos. Estimulando-se, parece-me que, na verdade, vai se começar a criar o ambientalmente correto e o ambientalmente não-correto. O ambientalmente não-correto deve ser punido e chamado a atenção, e não o contrário, ou seja, estimular aquele que seria, supostamente, ambientalmente correto, o que eu penso todo o mundo deveria ser. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Elói Guimarães): Apregôo os seguintes Requerimentos: de autoria do Ver. Carlos Todeschini, a retirada de Destaque das Emendas de nºs 26; 42 a 47; 51 a 54; 55 a 60; 62 a 64; 100 a 106; 114 a 119; 121; 38 e 109; de autoria da Verª Maristela Maffei, a retirada de Destaque das Emendas de nºs 33, 35 e 36; e, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, a retirada de Destaque da Emenda nº 32. Todas ao PLE nº 011/05.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir o PLE n.º 011/05.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara e na platéia da nossa Câmara Municipal, gostaria de fazer uma saudação especial ao Secretário João Bosco Vaz, Secretário Municipal de Esportes, que está tratando da Lei de Incentivo ao Esporte, que já está correndo Pauta nesta Casa. Também gostaria de registrar o nosso abraço especial ao Secretário Portella e ao Assessor Ricardo, que estiveram o dia todo nesta Casa hoje, tratando a respeito das Emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que vamos votar em seguida.

Queria destacar que fiz a retirada das Emendas que havia apresentado na LDO, duas Emendas de minha autoria, houve um acordo para que possamos apresentá-las certinhas; quando o Orçamento vier para a Casa, a partir do dia 15 de outubro, nós vamos conseguir colocar as Emendas. Em especial, estou colocando a Emenda de implantação do Centro Cultural de Belém Novo. Em Belém Novo, nós temos um prédio que está desativado há bastante tempo, há quase dez anos, já está virando ruína e pode ser, daqui a pouco, invadido por alguma pessoa que se torne moradora daquele local. Então, a pedido de uma grande parte da comunidade, estamos tentando transformá-lo num Centro Cultural; esse prédio se localiza à beira do rio, em Belém Novo, debaixo de uma figueira, e é uma área nobre que estamos tentando preservar. Então, há esta Emenda de 300 mil reais para serem gastos no PPA, e nós esperamos aproveitá-la agora no Orçamento.

Gostaria de comentar também a respeito da outra Emenda nossa, que é voltada para a nossa área, é sobre os campos de futebol de várzea do Município de Porto Alegre. Infelizmente, nesses últimos anos, pela voracidade imobiliária que há nesta Cidade, temos perdido muitos campos de futebol. E nós esperamos, por meio da Secretaria Municipal de Esportes, conseguir implementar essas Emendas, para que o Secretário João Bosco Vaz consiga manter o trabalho que está fazendo e aprimorá-lo muito mais ainda no próximo ano. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no encaminhamento da discussão da votação da LDO, Sr. Presidente, gostaria de fazer, preliminarmente, uma referência: acho que chegamos a um consenso para abreviarmos - sem deixar de aprofundar o debate sobre o tema - a discussão e votação, e transmito aqui a vontade das diversas Bancadas, da totalidade delas, Sr. Presidente, mas vamos votar o Parecer da LDO, o Parecer do ilustre Relator, Ver. Braz, que agiu com absoluta independência e, como sempre, com discernimento e vamos fazer dois Destaques: um Destaque em bloco de seis Emendas, Emendas nº 5, nº 6, nº 7, nº 61 e nº 67, e a Emenda nº 4, que restará prejudicada, porque a nº 6 é prejudicial a ela. E vamos votar para aprovar essas Emendas, Ver. Braz, eis a sugestão. E vamos fazer Destaque das Emendas nº 107, nº 108 e nº 110, para serem votadas isoladamente, uma a uma. Este foi o acordo feito com as Bancadas de oposição e do Governo, e também aqui proposto, Sr. Presidente, que fossem objeto de encaminhamento. Um encaminhamento pró e um encaminhamento contra. Não só o bloco, como as Emendas. Evidente que, ao Relator, pode caber a qualquer momento a sua intervenção. Então, serão as Emendas nº 5, nº 6, nº 7, nº 61 e nº 67 votadas em bloco, com a sugestão de acordo de aprovação dessas Emendas; e as Emendas n° 107, nº 108 e nº 110 para serem votadas isoladas. E a aprovação do Relatório com todas, o Parecer com todas as Emendas e texto do Projeto de Lei.

Quero me congratular com os Vereadores que trabalharam e com o Secretário João Portella, me manifestando sobre as intervenções anteriores, quero agradecer aqui as palavras dos colegas que nos antecederam, o Ervino Besson, no tocante a nós, à Verª Clênia, Líder do Governo, que trabalhou nisso, ao Mario Fraga, à nossa querida Vice-Líder, Mônica Leal. Na verdade, o Ver. Gerson fez um pronunciamento aqui, acho que todos nós amadurecemos politicamente, Vereador. Eu fico muito orgulhoso de que, no discurso da campanha do Prefeito Fogaça, do qual eu participei ativamente, nós tínhamos uma palavra muito firme, parecia o slogan de campanha, mas, na verdade, tínhamos uma determinação muito grande de que manteríamos o que era bom e melhoraríamos o que ainda não fosse implementado. Com relação à questão da Participação Popular, que houve muita controvérsia nestes anos todos, e a gente sabe o clima político em que, de lado a lado, a rigor todos permitimos uma escalada, mas hoje acho que podemos viver um momento de extensão e construir. Eu quero só fazer uma lembrança aqui dos números aos companheiros que lamentam a quantidade de propostas, de Emendas aos Projetos dos 16 anos anteriores.

Nós votamos o PPA nesta Casa há alguns dias, e havia 336 Emendas, Ver. Gerson, quase tantas ou tantas quantas as que temos hoje e nem por isso deixamos de negociar. No final, votamos isoladamente, uma a uma, apenas seis Emendas, e ainda assim usando o consenso para manter o discurso.

Digo isso, no fundo, para elogiar a Casa. Vale a pena trabalhar assim, porque não estamos tirando o discurso de ninguém, nem da base do Governo, nem da oposição, e, no entanto, tenho a certeza de que estamos aprovando um Orçamento que teve forte diálogo com a sociedade, através da Participação Popular, e agora estamos, na Casa, oportunizando Emendas.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulo Odone, agradeço o aparte e concordo. Só gostaria de chamar a atenção para um ponto, que foi o que tentei expressar na minha manifestação, de que até o número de Emendas talvez seja o menos relevante. Agora, me parecia que havia uma contradição sobre em que base aquela discussão seria feita, com obras do OP ou com obras feitas ... Parece que foi superada, e quero me filiar aos setores do Governo Fogaça que, em relação ao OP, têm um compromisso que não foi só de discurso. Sei que é uma tensão que não deve ser pequena.

 

O SR. PAULO ODONE: Obrigado. Então, Sr. Presidente, encaminhando formalmente o pedido do acordo das Bancadas, pedindo já quase como uma Questão de Ordem, que o acordo formulado é que votemos como está no Requerimento para a Casa, o Projeto com as Emendas que não foram destacadas, aprovando o Parecer, que aprova o Projeto e as Emendas.

Aprovado o Parecer com destaque para as Emendas nº 5, nº 6, nº 7, nº 61 e nº 67; para a Emenda nº 4, que, se for aprovado aquele bloco, será prejudicada, e, depois, as Emendas nº 107, nº 108 e nº 110 isoladamente.

As que queremos aprovar - Emendas nº 5, nº 6, nº 7, nº 61 e nº 67 - pedimos a V. Exª que coloque em votação em bloco, dando dois encaminhamentos, um de oposição e outro da base do Governo, apenas para permitir o encaminhamento, a explicação.

E nas outras três Emendas isoladas, também, em princípio, acordamos que haverá um pronunciamento pró-emenda e um contra, apenas para permitir, democraticamente, expandir por que aprovadas ou não.

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não registramos mais inscrições para discussão. Em votação o PLE nº 011/05, da Mensagem Retificativa e das Emendas nºs 02, 03, 09,15 com Subemenda nº 01, 34, 37, 39, 40, 41, 48, 49, 76, 77, 78, 80, 89, 90, 91, 92, 93, 111, 112, 113, 122, 124, 125 e 126, aprovadas pela CEFOR e que não foram objeto de destaque. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS o Projeto, a Mensagem, as Emendas e Subemenda.

Em votação o Requerimento do Ver. Paulo Odone que solicita que as Emendas destacadas nº 05, nº 06, nº 07, nº 61 e nº 67 sejam votadas em bloco. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o bloco das Emendas nºs 05, 06, 07, 61 e 67 ao PLE nº 011/05. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do bloco das Emendas apostas ao PLE nº 011/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, quero fazer o encaminhamento destas Emendas destacadas no sentido da aprovação destas Emendas, mudando o voto do Relator de rejeição para aprovação. Isso foi fruto da discussão que fizemos. E faço referência a uma Emenda, que é uma Emenda estrutural, que é uma Emenda de nossa autoria, a Emenda nº 5, porque a LDO que veio do Governo apresentava até 10% a permissão para que o Governo fizesse a suplementação. Foram apresentadas várias Emendas diminuindo esse valor. O Vereador-Relator, colega Ver. Braz, havia sugerido uma Emenda de autoria do Ver. Professor Garcia que dizia até 4%. Bem, nós tínhamos feito uma segunda Emenda, que trabalhou a verba de suplementação orçamentária dos últimos quatro anos e chegou a um patamar de 4,15%. Portanto, o mérito do Relator e das propostas está compreendido e aceito. E o acordo que fizemos é no sentido de que a Cidade continue estabelecendo a cultura de não dar, simplesmente, um cheque em branco com a dimensão de 10% da verba de Orçamento, porque isso significaria em torno de mais 200 milhões, mas 4%, no valor histórico, até então construído nos últimos anos, nos Orçamentos apresentados a esta Casa pelos Governos anteriores, os nossos Governos, os Governos da Frente Popular. Além desses destaques, também foram apresentadas outras Emendas, que são de importância para esta Casa, como, por exemplo, a Emenda nº 7, que é uma unificação das Emendas apresentadas para o hospital da Restinga. Foram várias Emendas apresentadas, inclusive de nossa autoria, e unificamos, porque a LDO dizia, como projeto para 2003, zero. Bom, nós realizamos um acordo e construímos uma Emenda em comum, baseada nas Emendas do Ver. Dr. Goulart, Ver. Aldacir Oliboni, de nossa autoria, e acordamos que o convênio tem de ser resgatado, e se inicia a construção do prédio do hospital da Restinga em 2006. E acordamos de ter um percentual já elaborado de, no mínimo, 25%, porque tem de ser construído em etapas.

Portanto, todas essas Emendas construídas são Emendas propositivas, que se propõem a dar andamento aos Projetos que foram aprovados no Plano Plurianual.

Além dessa Emenda nº 7, podemos também destacar a Emenda nº 61, que foi um resgate do Plano Plurianual, que afirma e destina um recurso de 200 mil reais para o Centro de Eventos das Atividades Rururbanas da Vila Nova. Também uma Emenda de autoria deste Vereador, de autoria do Ver. Ervino Besson, entre outros, que estão construindo esse diálogo, esse debate para fazer com que a LDO aponte as diretrizes de desenvolvimento para a Cidade; assim como a Emenda nº 67, da Verª Neuza Canabarro, que trata de Projetos e diretrizes específicas para contemplar as políticas, sejam elas dos portadores de deficiência, sejam elas no campo da educação. Portanto, Sr. Presidente, caros colegas Vereadores e Vereadoras, defendemos a aprovação dos destaques que estão sendo feitos aqui. Um deles é o destaque de mudar o voto de Relator de rejeição para aprovação, o que vem dar uma complementariedade nos programas do Plano Plurianual; e creio que a mais importante delas é essa que define o recurso de até 4,15% do Orçamento para que o Governo possa destinar como verba de complementação; mudando, portanto, o Projeto original do Executivo de 10 para 4,15%.

Nesse sentido, peço aos colegas Vereadores e Vereadoras o voto pela aprovação destes destaques apresentados. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saliento que, se aprovada a Emenda nº 6, fica prejudicada a Emenda nº 4.

Em votação o bloco das Emendas nºs 5, 6, 7, 61 e 67 ao PLE nº 011/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. Está prejudicada a Emenda nº 04.

Passaremos, agora, a destaques individuais de Emendas.

Em votação a Emenda nº 107 ao PLE nº 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e assistência do Canal 16, público presente, nós fizemos uma Emenda de texto que, na redação proposta, exclui a alínea g do inc. I do art. 14, cuja justificativa é objetivar delimitar a utilização da dotação de reserva de contingência para eventos fiscais imprevistos e para passivos contingentes, garantindo que, na situação de contingência, existirão recursos para pronto atendimento das situações geradoras da situação. Os casos arrolados na alínea g não entendemos como impossíveis de previsão e definição de dotação através de alterações nas leis específicas. Essa é a justificativa redigida, porque nós assim entendemos, e é importante esse entendimento, porque o Relator da CEFOR, Ver. Luiz Braz, teve o entendimento de que esta é uma boa Emenda, útil e importante, Ver. Maurício, porque ela vem valorizar esta Casa, ela vem na direção de valorizar o Poder Legislativo, não autorizando a transferência de créditos automáticos por parte do Poder Executivo. E é justamente na direção e com o intuito de valorizar esta Casa que esta Emenda foi redigida, para que, quando, porventura, necessário, o Poder Executivo lançar mão de alterações orçamentárias, ele deveria vir a esta Casa para demandar, para pedir autorização; e esta Casa poderia debater sobre a justeza da medida, sobre o mérito, a necessidade. Como quer o Governo - aliás, muito foi criticado o Governo passado por isso - é permitir uma liberdade, uma margem de manobra orçamentária bastante larga, com bastante grau de liberdade. Por isso a nossa Emenda de texto, porque ela envolve sobretudo um conceito de controle e de valorização das instâncias autorizativas, das instâncias de poder real da cidade de Porto Alegre. Então nós, em não acatando essa Emenda, que, diga-se, foi aprovada, acatada pelo Ver. Luiz Braz, estamos passando uma autorização que dá uma liberdade exagerada para o Poder Executivo manobrar com o Orçamento do Município de Porto Alegre. Isso é importante e valoriza esta Casa, na medida em que, quando houver desequilíbrio ou desajustes, requeiram ações de natureza, conforme muito bem expressa aqui na redação “necessidade ou demanda de contingentes fiscais”; tem que vir, sim, a esta Casa, porque não estamos falando aqui de ações absolutamente emergenciais e imprevisíveis.

O Governo terá tempo de prever esses eventos, que são fundamentalmente eventos que se prestam à reparação e ao reequilíbrio de programas, de ações e de demandas que têm o tempo necessário para o demandado vir a esta Casa e aprovar as ações. Nós não concordamos com a argumentação do Governo de que não teria tempo, não teria prazo e teria dificuldades para fazer as transferências orçamentárias. O zelo e o cuidado, que são papéis desta Casa, são a garantia da democracia, da transparência e da boa condução dos recursos para o melhor resultado que a comunidade de Porto Alegre deve obter.

É neste sentido que apresentamos esta Emenda conceitual, esta Emenda de texto, que vem qualificar, Ver. Luiz Braz, o conteúdo importante e necessário, no nosso entendimento, com o objetivo de valorização desta Casa e do conjunto dos 36 Vereadores. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 107 ao PLE nº 011/05, destacada pela própria Vereadora.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, fiz questão de encaminhar esta Emenda, porque tivemos a oportunidade, durante todo o dia de ontem, a manhã de hoje e uma parte da tarde de hoje, de estabelecer uma importante discussão, um debate extremamente democrático e enriquecedor entre o Secretário de Programação Orçamentária, João Portella; vários Vereadores, inclusive o Relator do Projeto da LDO do nosso Município, Ver. Luiz Braz. E nessas reuniões conseguimos conversar individualmente com todos os Vereadores-autores das Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias do nosso Município. Achei importante esse registro, porque esta metodologia se coloca dentro de um conceito que para nós é muito precioso, o do nosso Governo da Prefeitura de Porto Alegre, que é o debate plural e o respeito ao Parlamento como instituição, e, portanto, os debates têm que ocorrer com o conjunto das Bancadas, independente delas formarem blocos de oposição ou da base de apoio do Governo.

No que se refere concretamente a este debate, eu queria dizer que a manutenção desta proposta ainda mantém a proposta do Governo com uma flexibilidade menor do que nós aqui aprovávamos nos anos anteriores.

É importante a compreensão deste modelo que nós estamos aqui discutindo desde o envio do Plano Plurianual, quando, pela primeira vez, o Parlamento teve a possibilidade de discutir uma proposta de Plano Plurianual, inclusive uma proposta que segue a uma orientação já definida há aproximadamente uma década pela ONU, e uma proposta em que se procurou trabalhar os conceitos da transversalidade à garantia da integração das ações políticas. Logo mais, nós estaremos aqui tratando exatamente da Peça Orçamentária anual. Queremos reafirmar desta tribuna aquilo que reafirmamos, hoje pela manhã e ontem, com os Líderes de todas as Bancadas, de que a Proposta Orçamentária anual virá a esta Casa com um nível de detalhamento, pela primeira vez, chegando até ao elemento, para aqueles que conhecem a linguagem orçamentária. E queria dizer também que, pela primeira vez, acompanharão a Proposta os pedidos, os planos de investimentos indicados pelo Orçamento Participativo. Quero, para concluir, Sr. Presidente, registrar com muita alegria o clima de debate político, democrático que foi estabelecido com as Bancadas, inclusive com as Bancadas de oposição, com a Bancada do Partido dos Trabalhadores, com a Bancada do PCdoB e com a Bancada do PSB. Queria, por último, dizer que este debate que estamos aqui estabelecendo é importante, porque permite uma maior compreensão da sociedade; normalmente é muito técnico e, portanto, é difícil de ser acompanhado pelo conjunto das pessoas que estão envolvidas em outras temáticas. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 107 ao PLE nº 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, esta Emenda visa a preservar - assim como as duas próximas, que estaremos discutindo, e fizemos questão de mantê-las destacadas - o acordado na alínea a, em que se estabelece o máximo de suplementação possível. Quando se discute uma suplementação e se estabelecem limites, é exatamente para que faça sentido aprovarem-se leis de diretrizes e de orçamento na Câmara, e que a sociedade saiba, portanto, qual é, na verdade, a diretriz de investimento e qual é a aplicação do Orçamento da Prefeitura. Se a gente trabalha sem limite de possibilidade de suplementação, a possibilidade de distorção do que é construído neste Legislativo, do que é construído a partir do que foi discutido com a Cidade é imensa e retira todo o sentido de se fazer discussão, de brindar os acordos e a forma como se fez isso aqui nesta Casa.

Quando o Ver. Luiz Braz acolhe essas Emendas, eu tenho certeza que ele pensou nisso, que o Legislativo está aqui para legislar, para fiscalizar e para garantir o que a cidadania procurou ver incidir e procurou ver aprovado aqui, uma vez que os Vereadores desta Casa representam um conjunto de discussões, de regiões e de convicções que estamos traduzindo na nossa votação.

Vejam: o art. 14 estabelece autorizações ao Executivo. Na alínea a, nós construímos uma autorização de suplementação de 4,15%. Mas, nas alíneas b, c, d, e, f, g, incluem-se ou se acrescentam outras possibilidades de suplementação. E se formos verificar o conjunto de possibilidades, eu não tenho a menor dimensão – bem como não o terão as senhoras e os senhores, nem a sociedade, nem o Orçamento Participativo – do tamanho da distorção que se poderá fazer em relação ao Orçamento, à Lei Orçamentária prevista e votada nesta Casa, porque eu entendo que, da forma como está disposto aqui, as alienas se equivalem à força de lei. Se as demais letras estivessem submetidas à alínea a, ou seja, se todas essas possibilidades de suplementação estivessem dentro de uma possibilidade de suplementação limite de 4,15%, é tranqüilo especificar onde se pode suplementar. Mas não, da forma como a LDO nos foi apresentada, nós superaremos os 4,15% num conjunto de políticas. Algumas nós preservamos. A nossa Bancada, no sentido de garantir essa limitação, garantir o Orçamento a ser cumprido, o Orçamento aqui votado, com uma margem pequena de flexibilidade, vetou ou fez Emendas supressivas, e uma delas é esta, a g, em que (Lê.): “Para atender a contrapartida de Projetos que excedam a previsão orçamentária correspondente... Para a realização, em qualquer mês do exercício, de operações de crédito, ainda que por antecipação de receitas, oferecendo garantias usuais necessárias”. Quer dizer, essa é uma das situações, há várias outras que nem vou ler aqui que nos dão um descontrole total. Portanto, o sentido de suprimi-las não é o de impedir essas suplementações, isso é muito importante. Quando estabelecemos que há uma possibilidade de suplementação de até 4,15%, todas as alternativas previstas nas alíneas f, g, b, c, d, todas elas podem ser realizadas, nenhuma está impedida, desde que guardada essa margem, que é uma margem histórica. Inclusive, 4,15% é uma média histórica das construções desta Câmara em muitas gestões, em diferentes gestões de governo. Parece-me que se burla essa construção com essas outras alíneas, então, é nesse sentido que nós mantemos a necessidade da supressão da alínea g.

Elogio a iniciativa do Ver. Todeschini em perceber isso e, especialmente, a do Relator, ao incorporar ao Relatório. Portanto, votamos com o Relatório e suprimimos essa alínea.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, a Emenda nº 107 ao PLE nº 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 19 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 108 ao PLE nº 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, é bom que a gente faça um acompanhamento histórico das votações da LDO e do Orçamento aqui nesta Casa. Ano após ano, o nosso Governo normalmente apresentava abertura de créditos suplementares um número percentual em torno de 10%, e eu sempre insisti, é só olhar as minhas falas em toda essa história que participo aqui da Câmara, que o ideal seria entre 4,5% e 5%, porque é assim que a gente trabalhou em outras prefeituras também, sempre defendendo esse percentual. Chegamos a um acordo em torno de 4,5%. No entanto, não havia esse conjunto de janelas que foram abertas nos itens seguintes. É muito interessante concordar com os 4,5%, mas 4,5% e ponto-final. O problema, Verª Mônica, é que aqui se abriram sete janelas, por onde passa uma boiada. Não dá para ser assim. É impossível fiscalizar, é impossível acompanhar, se ficar a letra f (Lê a letra f do art. 14 da LDO): “Para atender suplementações entre elementos de despesa que correspondam a um mesmo programa, de um mesmo grupo de despesa, a uma mesma modalidade de aplicação e um mesmo vínculo orçamentário.” Bom, nisso passa tudo, absolutamente tudo! Não! Nós queremos decidir, nós queremos votar se passar de 4,5% sobre esse item e alguns outros. É evidente que nós não podemos aceitar, porque não há como fazer um efetivo processo de fiscalização, se deixamos passar essa boiada. Não é o jeito correto de legislar. Imaginem as senhoras e os senhores se nós, nas outras gestões, que concordávamos normalmente com 5% seco, ou seja, era aquilo, era o único item, como diz aqui na introdução (Lê.): “No Projeto de Lei Orçamentária constarão as seguintes autorizações: 5%, 4,5%...”. Agora, aqui nós temos o acordo em torno de 4,5% e mais sete – não são portas nem janelas; eu disse janelas, mas estou errado; são sete porteiras de um vasto campo, de um vasto latifúndio, sete porteiras por onde passam verdadeiras boiadas. Eu repito essa questão, porque a população tem que entender que o que parece uma coisa de somenos importância, no entanto, trata-se de algo muito grave, que nós não temos condições de aceitar. Por isso nós fizemos essa ponderação e esperamos contar não apenas com a apreciação e atenção dos colegas Vereadores, mas com seus votos, senão, não há sentido.

Quero dizer que, em qualquer circunstância, nós faremos fiscalizações. Como eu disse anteriormente, e hoje já tivemos alguns incidentes aqui na Casa, nós, daqui para a frente, seremos muito mais vigilantes nas normas, nos procedimentos, porque acreditamos que é preciso zelar, antes de mais nada, pelas regras, pelas determinações, pela Legislação. Não esqueçam: o Executivo nos fornece diariamente o Diário Oficial da Prefeitura. Se eu já era – como o Ver. Dib eu tenho certeza de que é – um leitor contumaz desse documento, cada vez darei mais atenção, e, se passar esse tipo de procedimento aqui, a cada dia teremos que fazer um enfrentamento com muitas feras. E não é isso que nós desejamos. Portanto, atenção: nós estamos vigilantes, nós estamos atentos, nós somos Vereadores 24 horas por dia, 365 dias por ano e não apenas aqui no plenário. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 108 ao PLE nº 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, assistência do Canal 16, meus companheiros de Bancada, Ver. Adeli Sell, vou fazer um encaminhamento como autor, também para reforçar os elementos aqui apresentados, pois, a exemplo da Emenda nº 107, nós também acreditamos que é uma liberalidade excessiva desta Casa atribuir o poder de autorização ao Poder Executivo para transferência de orçamento e de recursos de acordo com a sua vontade dentro dos limites previstos.

A alegação de que o tempo poderia ser curto para eventos fiscais imprevistos e passivos contingentes, garantindo que, na situação de contingência, existirão recursos para o pronto atendimento de situações geradoras desse tipo de evento, desse tipo de situação, não me parece que seja a necessária valorização desta Casa e do papel dos 36 Vereadores que aqui, com delegação pública, representam o conjunto da cidade de Porto Alegre.

Sabiamente, o Ver. Luiz Braz, quando da elaboração do Relatório, incorporou essa Emenda conceitual, porque entendeu ela como justa, necessária e valorizadora do Poder Executivo, pois ela destaca a importância e a necessidade das contingências das suplementações terem que passar, sim, pelo crivo da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, quando se fizer necessário. E o faz de maneira sábia, porque entendeu ele, de maneira correta, que há tempo hábil, sim, para o Governo prever esses eventos.

Quer, de outro lado, o Governo ter a vida facilitada, ter a vida, caracteristicamente, a partir do menor esforço. E a democracia dá trabalho, exige paciência, postura e muito diálogo.

Foi importante o que nós construímos no Plano Plurianual, mas não vi em tempo o mesmo esforço agora por ocasião da aprovação da LDO, pois só hoje, ao meio-dia, o Governo veio conversar com nossa Bancada sobre as Emendas. E nós produzimos muitas Emendas com o objetivo de qualificar a Peça Orçamentária, de qualificar a LDO, de qualificar a Lei do Orçamento Plurianual, para que nós, como Vereadores, tenhamos mais e melhores instrumentos para o controle público, para o exercício da fiscalização, porque esse, em especial, nós da oposição temos como papel e como valor também especial, o controle público e a fiscalização dos atos do Executivo.

Portanto, pode ser, sim, aprovada esta Emenda, mas não com a nossa vontade, não com os nossos votos. Deveria o Governo ser sensível para aceitar essa contribuição justa e qualificada, que valoriza esta Casa, que dá mais trabalho, sim, para o Executivo, mas valoriza a ação do Executivo, na medida em que ele visa conceitualmente à aprovação, à anuência do conjunto dos Vereadores que representam a democracia, que representam um dos importantes poderes soberanos de nossa Cidade.

É nessa direção, então, que nós encaminhamos esse conjunto de Emendas, em particular, agora, na discussão a Emenda de nº 108, que tem esse objetivo. Por isso que nós pedimos a sensibilidade dos Srs. Vereadores para a aprovação desta Emenda, porque ela qualifica e valoriza a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pela Verª Maria Celeste, a Emenda nº 108 ao PLE 011/05, destacada pela Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 20 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 110 ao PLE nº 011/05, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 110 ao PLE nº 011/05, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Volto à tribuna, Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PT, não porque apenas eu esteja acompanhando esse tema, mas porque a nossa Bancada discute, ardorosamente, a questão dos bares, ao mesmo tempo que fechamos a LDO e achamos que amanhã será uma votação também bastante complicada, porque está difícil para a população e para os usuários de bares chegarem a um acordo que respeite os direitos de cada um ao lazer e ao descanso.

Agora já se trata da terceira discussão de supressão de alíneas, nós já temos duas e, se considerarmos as outras que não as que não procuramos suprimir, já temos uma grande flexibilização para além dos 4,15%, que consideramos razoável, um tamanho suficiente para permitir flexibilidade no Executivo. Nós não achamos que, por exemplo, se possa estabelecer uma autorização para um texto dessa forma por conta da reserva de contingência, sem dizer claramente em que situações, veja, não estamos suprimindo, Verª Clênia, apenas precisando, e tenho certeza de que, se a Bancada do Governo tiver boa vontade, vai entender que essa Emenda tem muita pertinência, essa Emenda que altera essa alínea. Aqui no Projeto vocês dizem (Lê.):”...autorizo o Governo a suplementar, por conta da reserva de contingência”. O Ver. Todeschini propõe que seja “por conta da reserva de contingência, quando destinada a atendimento de passivos contingentes e outros riscos eventuais fiscais imprevistos”. Então, são situações que caracterizam o uso da reserva de contingência e não utilizá-la para qualquer coisa, é mais uma forma de desrespeitar o destino, os critérios e o que foi votado na Lei Orçamentária.

Não me parece difícil para o Governo governar com uma restrição dessas, destinar reserva de contingência a situações que são situações excepcionais e para as quais precisa ter reserva de contingência. Precisa aplicar imediatamente, e, portanto, ela precisa existir. Parece-me que há um preciosismo importante, que não há sentido... Não encontramos sentido na obstrução, por parte da base do Governo, nessa melhora de redação, nessa precisão de redação! Mais uma vez o Relator, Luiz Braz, reconhece que é uma Emenda importante, que não bloqueia o Governo; ao contrário, garante que a reserva de contingência tenha o destino que é legalmente previsto para ela, senão ela não deveria existir! Uma reserva é para contingências.

Essa má vontade do Governo pode suscitar algumas desconfianças da nossa parte, e nós vamos confirmá-las logo ali na frente, se de fato o que está combinado, construído com a cidadania, será consagrado e executado no Orçamento desta Cidade.

E quero fazer alguns registros que, somados a essa pouca vontade de precisar como é que serão usados recursos... Nós, nesse primeiro ano, PI 2005, primeiro ano do Governo Fogaça, temos convênios definidos no ano passado, convênios com creches comunitárias sendo agora assinados no mês de setembro! Isso é uma descontinuidade absurda, inadmissível! Quando uma creche comunitária chega a colocar no Plano de Investimento, conquistar na sua região o conveniamento, pois leva o ano de 2004 para fazer isso, é porque ela já está atendendo as crianças, já fez o caminho de mostrar isso na sua região, de hierarquizar, de colocar em primeiro lugar, e, portanto, a nossa cultura de 15 anos era de que, no ano seguinte, no mês de janeiro, se fazia o convênio. Ora, o novo Governo levou nove meses para fazê-lo, e posso pegar n exemplos: os convênios da FASC foram feitos em junho, a série de convênios aprovados no ano passado...! Então, o fato não é só aprovar lei, é depois o Orçamento ser cumprido, ser desenvolvido, é respeitar-se a luta dessas comunidades e fazer com que ele seja, de fato, potencializado e que possa trazer retorno à população! Então, esta é mais uma Emenda que procura garantir isso! Procura que não se faça “gato e sapato” do Orçamento e que não se frustrem as expectativas de uma Cidade que não faz orçamento em gabinete, faz orçamento com a cidadania mobilizada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 110 ao PLE n° 011/05, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, já me disseram que, como hoje eu fui muito elogiado pela Bancada da oposição, tenho de tomar cuidado, porque é difícil acontecer isso, não é Ver. Adeli?! Mas esse elogio que eu recebi agora da Verª Sofia é infundado, porque esta Emenda, Verª Sofia, eu votei, dei o meu Parecer e ele foi contrário, exatamente, Verª Sofia, porque essa, na verdade, não é uma Emenda justa, se nós formos comparar com aquilo que acontecia no passado.

O Ver. Todeschini, que apresentou uma série de Emendas - e aceitei algumas dessas Emendas -, colaborou muito para que nós pudéssemos realmente ter uma boa Lei de Diretrizes Orçamentárias e há de reconhecer que este Governo já mandou este Projeto de Diretrizes Orçamentárias com uma reserva de contingência bem menor do que acontecia no passado.

Nós tínhamos, no passado, praticamente quase 5% de reserva de contingência, e isso era aprovado aqui integralmente. E essa reserva de contingências que era aprovada aqui nos Orçamentos passados não sofria nenhum outro tipo de limitação, exatamente para aqueles imprevistos que acontecem quando da execução orçamentária.

Então, não é justo e não seria justo que, desta vez, nós, que temos uma menor reserva de contingência - baixou de praticamente 5% para 2% -, tivéssemos agora, meu amigo Ver. Haroldo de Souza, uma limitação maior do que os 2%, porque, de acordo com a Emenda do Ver. Todeschini, a reserva de contingência só poderia ser utilizada quando destinada a atendimento de passivos contingentes e outros riscos, eventos fiscais imprevistos.

Então, baixou para 2%, e eu acho que deve ficar mais ou menos nos padrões dos Orçamentos passados, quando não existia uma limitação maior para aquilo que era previsto como reserva de contingência. Por isso mesmo nós vamos pedir aos Srs. Vereadores, e peço até ao autor da Emenda, em nome de uma justiça que a gente pretendeu fazer durante todo o nosso Parecer a este Projeto de LDO, que nós possamos rejeitar esta Emenda do Ver. Todeschini, por não fazer justiça ao conjunto do Orçamento, se comparado com aquilo que já foi feito no passado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 110 ao PLE nº 011/05, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, mais uma vez eu venho para debater este assunto e digo que nós poderíamos ter recebido o Governo em nossa Bancada com muito mais tempo. Infelizmente só hoje, ao meio-dia, nós recebemos o Secretário de Governo, que trouxe a opinião, as posições, e nós tivemos algumas Emendas que foram acatadas, porque elas são Emendas positivas e qualificadoras do processo da LDO, atribuição importantíssima e fundamental desta Casa, porque o controle orçamentário e os instrumentos de controle orçamentário são dos mais poderosos, valiosos e qualificados instrumentos que nós, Vereadores, temos. Por isso, nós também tivemos, por parte do Governo, a promessa do compromisso de que um conjunto de Emendas que foram rejeitadas, Ver. Luiz Braz, será incorporado, agora, na Lei Orçamentária anual. É importante registrar que todas as Emendas que nós produzimos e as de uma grande maioria ficaram como compromisso para serem incorporadas na Lei Orçamentária; são Emendas originárias e fruto da Participação Popular, do Orçamento Participativo, e da eleição das prioridades pelas comunidades. Assim são as obras para os moradores de aluguel e de favor, e esse é um programa que já vem sendo aprovado e contemplado no Orçamento Participativo há pelo menos três anos; assim são as obras de macrodrenagem na Vila Leão, na Zona Norte da Cidade, que fazem a prevenção das enchentes e dos transbordamentos do arroio Sarandi; assim é o projeto de proteção da Vila Dique; assim são as obras que se orientam pela execução do Programa Socioambiental, como as moradias e a infra-estrutura, como creches, escolas na Vila Hípica, no Cristal.

Então, fizemos um conjunto de Emendas, assim como de outros Vereadores, nossos companheiros de Bancada, elas visam a inscrever aquilo que foi fruto da decisão, da participação e do processo do Orçamento Participativo, que têm que se transformar, como sempre aconteceu, Verª Maria Celeste, no conjunto de leis que orientam aqui a Peça Orçamentária na lógica da seqüência do Plurianual, da LDO e da Lei Orçamentária anual.

E nossa Emenda aqui em destaque visa a estabelecer limites para o recurso de contingência, porque não aceitamos a alegação do Governo de que isso inviabiliza e dificulta as transferências e as manobras orçamentárias que porventura se fizerem necessárias.

A alegação é que dá mais trabalho. Ora, gostaria de saber quando é que a vida da Administração Popular foi facilitada nesta Casa? Com certeza, nunca! Quando é que os Secretários circulavam aqui livremente, senão recebendo a repulsa e o protesto de um conjunto de Vereadores? Quando o Secretário da Fazenda se fazia presente, era recebido com rejeição e dificuldade, Vereadora, isso sim. E quanta coisa poderia ter sido melhor, se esta Casa tivesse tido também um tratamento mais justo para com o nosso Governo.

Está aí, em mãos, conforme demonstrado pelo Ver. Paulo Odone, Vice-Líder do Governo, uma peça da LDO de 2004, contendo mais de 300 Emendas, na maior parte, inclusive, com o intuito de invadir as competências ou do Orçamento Participativo ou das próprias atribuições do Poder Executivo.

Então, estamos aqui neste momento para firmar as nossas Emendas, dada a importância que terão para o Poder Executivo, para a cidade de Porto Alegre e para a valorização desta Casa. Por isso nós solicitamos apoio dos caros colegas Vereadores. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pela Verª Maria Celeste, a Emenda nº 110 ao PLE nº 011/05, destacada pelo Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM, 19 votos NÃO.

 

Concluímos a votação da LDO com Mensagens Retificativas e demais Emendas aprovadas.

Em votação nominal a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Não há quórum para deliberarmos sobre a continuidade da Sessão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h52min.)

 

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